Capítulo 191 - Unicorns Are Real ~ Sobrenatural
{...} - Posso pedir a última vez? -Lucas perguntou.  

- Posso recusar a última? 

- Eu não tô brincando. -ele apertou minha bunda e dessa vez nossos lábios colaram mas não chegou a ser beijo- Você já me esgotou a paciência! -foi me levando até o sofá, caímos deitados. 

- Para, sai de perto de mim. -coloquei as mãos em seu peito tentando afastá-lo. 

- Se não por vontade própria, será por violência. -ele abriu o zíper da minha calça e a tirou. 

- Eu vou gritar. 

- Grite. Quem vai te ouvir? Meu irmão drogado no quarto?

  Comecei a ficar com lágrimas nos olhos. 
  Ele não parou de tentar as coisas que ele queria fazer. 

- Se você quiser eu posso dar uma de cavalheiro e te levar no colo até lá em cima. 

- Tira as mãos de mim! 


  Ele me colocou na cama do quarto dele e eu não aguentava mais. 

~POV Mike~ 

  Estava a jogar GTA V, na melhor parte até que ouço gritos, parei o jogo e o cigarro caiu da minha boca. Apaguei antes que o tapete começasse a pegar fogo e aí já viu...
  Levantei e fui seguindo os gritos, era (SeuApelido), ouvi ela chorar também. Vinha do quarto daquele vagabundo, abri a porta. 

- Já chega. -eu disse. Ele a soltou na hora, cheguei mais perto. A puxei com violência, não queria que fosse assim mas tive. A levei pro meu quarto. Ela chorava e parecia desesperada. 

~Seu POV~ 

  Eu sabia que Mike não me machucaria. Pegou um cobertor e me enrolou, me pediu para deitar em sua cama e eu o fiz. Deitei de lado e ele também deitou atrás de mim, colocou uma almofada na minha bunda e encostou em mim, me abraçando.  

- Shhhh. -disse Mike.

- Por que ele é tão do mau? -eu chorava. 

- Eu não sei.

- Você sabe o que ele fez?! Você sabe o que ele pensava em fazer?!

- Sim. Ele é tipo...seus amigos e o Cody.

- Por que nós somos normais?

- Lucas diz que eu devo agradecer. Mas fica calma, eu vou conversar com ele. 

- Por favor. Eu não gosto de ser assim.

- Tudo bem. -ele mexeu no meu cabelo.

- Por que você está me tratando tão bem?

- Primeiro, olha pra mim e para de chorar. 

  Eu virei e olhei pra ele. Ele passou o dedo em algumas lágrimas. 

- Shh. -ele disse e eu engoli o choro parando aos poucos. 

- Tudo vai ficar bem. Eu tô...cuidando de você porque te amo. 

  Não disse nada.

- Algumas provas: deixei que você ficasse com ele porque eu sabia que...bom, eu nunca sei quando vou morrer. Quando eu vou preso os caras me batiam, me atrevo a trocar tiros com policiais...agora...tô me controlando ao máximo porque sei que da próxima vou ser condenado à uns... -ele contou nos dedos, aposto que ele manjava das leis- 134 anos de prisão e ainda numa sela sozinho. Se eu morresse e estivesse namorando com você eu imaginei o quanto você sofreria, eu imaginei que ao meu lado você corria risco e -ele colocava mil vezes meu cabelo atrás da orelha- o segredo é que todo bandido, mafioso, que seja, gosta de garotas altas e mais velhas, mas eu me apaixonei por você e... -ele parecia segurar a risada- você é pequena, oito anos mais nova e muito muito muito... -apressei:

- Muito o quê?

- Chata. 

- Ei! 

- Desculpa. -ele riu- E agora eu falo sério, antes eu menti minha idade umas quinhentas vezes mas eu tenho 24, de verdade. 

- Me falando que mentiu tanto...acha que vou acreditar agora?

- Tá bom! Tá bom! 36.

- O QUE?!?!?!?!?!?!?!??!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?! -tirei a mão dele de mim dando um tapa.

- Brincadeira. -ele riu muito, provavelmente da minha cara.

- Sério? Promete?

- Sim, 24. 

- Ok. 


  Ficamos conversando e ele já tinha voltado a mexer no meu cabelo...

~POV Mike~

...até ela dormir. Por mais que eu estivesse com vontade, eu não podia abraçá-la. É a coisa mais bonitinha dormindo, sim, é. -sorri- a garota mais nova com quem eu me meti. Eu pensei mesmo em deixar meu irmão tentar ela pra pelo menos ver se tinha chances de poder vê-la sempre. Mas quem eu tô enganando? Ela tem que viver a vida dela e eu a minha. A imagem dela ficaria aonde se vissem ela andando comigo? Dizem que quando você tá com alguém e faz tatuagem com o nome dessa pessoa você se arrepende depois, mas eu não. O nome dela vai estar sempre lá escrito no meu braço, ela foi uma das melhores coisas que aconteceram na minha vida. 

~Seu POV~ 

  Acordei e Mike me fitava com os olhos bem abertos. 

- QUE SUSTO! -eu disse. Ele riu e me beijou na testa. 

- Desculpa, eu vou te levar pra casa. 

- Ok. 

  Coloquei a minha calça, a jaqueta e o sapato. 

  Mike me levou até em casa. Eu não tinha coragem de responder uma mensagem de Cody. Saímos do carro e eu fui na frente, abri a porta. Nessa hora Cody, Jake, Josh, Cambo, Alli, Ruby, Sophie e Math olharam com uma cara...

- Oooi. -eu disse devagar sem muita animação por causa da cara deles.  

  Vi que Cody abriu a boca pra falar mas saiu a voz de Mike. Não, pera... olhei pra trás e Mike estava com as mãos no bolso da frente da calça e começou a falar:

- Ela tá bem, eu na fiz nada, só a trouxe pra casa. Então...relaxa, eu já tô indo. 

  Estava de frente pra ele. 

- Se cuida. -ele beijou minha testa, saiu e fechou a porta. 

  Depois disso eu virei. 

- Você tem 3 segundos pra se explicar. -Cody e Math disseram juntos. 

- Eu... -juntei as mãos e fui mais pra perto de todo mundo, todos estavam em pé- tava...falando por mensagem com o Lucas e... -Cody interrompeu:

- Começa. do. começo. -ele disse pausadamente, deve ser a quinta vez que o vejo tão bravo assim.


- Eu tava falando por mensagem com o Lucas e ele tava me ameaçando e do nada ele virou e disse "mais uma coisa, eu sou inglês", então eu...fui até acasa do Mike pra saber se ele tinha irmão... -dei um sorriso amarelo.

- Ideia genial! -Cody gritou, só faltou aplaudir. 

- O que ele te fez? -perguntou Math que parecia...um pouquinho? Um pouquinho mais bravo. 

- Mike? Nada. -respondi. 

- E...o Lucas é irmão do Mike? -perguntou Alli calma.

  Balancei a cabeça que sim, o queixo de Sophie caiu.

- Qual é a sua? -Cody agarrou no meu braço- Que ideia é essa?! Como sabia tanto que ia ser bonzinho com você? Mike não fez nada, você disse, mas e o Lucas? -ele me olhava com raiva nos olhos.

- Ele já foi bonzinho até com você. Cody, me solta. -olhei pro meu braço. 

- Se não quer levar um soco na cara, solta ela agora. -Math segurou meu braço e a mão dele. Cody agora que estava do mau, antes de soltar apertou mais por um segundo. Senti no meu pulso o sangue pulsando muito forte. Ficou vermelho na hora.

- Por favor, eu sei que...que... -eu não conseguia dizer com Cody me olhando daquele jeito, eu não queria lembrar de nada.

- Cody, espera! -disse Ruby- Ele que agarrou ela mas depois...ela apagou. 

  Como assim apaguei? O que apagou lá foram as luzes. Pera...então Ruby lê pensamentos "ao pé da letra"?

- Podemos conversar a sós? -Cody chegou perto de mim e abaixou a voz, conheço isso.

- Eu tô com fome e...depois a gente conversa. -menti, eu queria fugir agora. 

- Depois, é rapidinho. -ele baixou mais ainda a voz e pegou minha mão e fomos andando até a escada- É agora que ela vai apagar de verdade.  

- Cody! -gritei porém falei baixo.

  Ele apertou minha mão. Entramos no meu quarto.  Eu tirei os sapatos e me enfiei em baixo das cobertas enquanto ele trancava a porta. 

- Onde será que você tá? -ele perguntou brincando e eu sentia sua voz se aproximando- Aqui! -ele levantou o cobertor.

- Cody, por favor, não briga comigo. -eu parecia uma criança falando.

- Não vou brigar com você. -ele disse e ainda havia raiva mos sejs olhos. 

- Por favor, por favor... -começaram a escorrer as lágrimas... 

    Ele me descobriu e sentou de frente para mim. 

- Por que você foi na casa dele procurar encrenca? -ele perguntou me dando um tapa no rosto. 

  Ninguém tem dó de ninguém nesse mundo, mesmo chorando o tanto que chorava, ele me bateu. 

- Eu não sei. -respondi, abaixei a cabeça e levantei fugindo dele. Ele veio atrás. 

- Ah, não sabe?! -ele levantou minha cabeça com força, sem delicadeza nenhuma. 

- Tira a mão de mim! -dei um tapa na sua mão e ele me deu outro no rosto- Para. -disse com a voz fraca e trêmula por culpa do choro.

- Por que eu deveria se você sabe que merece? -ele segurou meus dois braços e apertou.

- Não mereço, desculpa, desculpa... -abaixei a cabeça de novo. 

- Levanta a... -ele disse num tom de autoridade e antes de terminar eu levantei. 

- Tá bom, tá bom, eu mereço mas para, já admiti.

- Tem tanta raiva dentro de mim... -ele colocou uma mão na minha nuca e subiu entrelaçando os dedos no meu cabelo e puxou- que eu preciso descontar em alguém. Alguém melhor do que você? Que é a culpada?

  

  Agora eu chorava de dor, dor na pele e não das palavras que ele usava que me atingiam. Depois de tanto tapa e tudo mais, tirando socos que ele teve coragem de me dar eu tentei fugir, fui em direção da porta mas ele veio atrás. 
  Encostei na parede e ele me fez virar, me deu outro tapa e prometeu ser o último. Me ameaçou por fim:

- Eu vou fazer isso por uma semana até você admitir que não deveria ter ido até a casa dele. -disse com o dedo na minha cara. 

- Por favor, não! -cai de joelhos a agarrei a perna dele- Eu não devia, eu não devia. 

  Fui largá-lo e minha pulseira prendeu sem querer nos seus pêlos da perna, acho que por reflexo ele jogou a perna frente me dando uma joelhada na garganta, eu levantei rápido e deitei na cama, comecei a sentir falta de ar. Ele saiu e bateu a porta. 

~POV Cody~

  Desci e tentei não demonstrar raiva. 

- Por que a raiva estampada até o último fio de cabelo? -perguntou Alli.

- Nem tô. -respondi parado na escada.

- Te conheço.

- Que seja.

- Como foi a conversa? -perguntou Math. 

- Isso não é da sua conta. -respondi.

- Eu vou ver ela. -disse Math e veio na minha direção para subir. 

- NÃO! -eu disse.

- Por que não? 

- Porque não... -respondi.

- Cody.

- Não! -o empurrei. 

  Ele me tirou do caminho, eu jamais deixaria se ele não fosse mais forte. 

~Seu POV~ 

  Eu via sangue no lençol, lágrimas no travesseiro. Eu não conseguia parar de pensar no que aconteceu. Meu Deus... eu pensava em Mike também. 
  A maçaneta da porta girou, ouvi o barulho e como não sabia quem podia ser, coloquei o travesseiro em cima da onde sangrava e corri pro banheiro. Tranquei a porta e apoiei as mãos na pia e fitei minha imagem no espelho. 

- Amor? -ouvi. 

  Pera, ele acaba de fazer o que fez e vem me chamar de "amor"?! Pera... Era a voz rouca. 

- O que,Math? 

   Eu não conseguia nem falar o inglês direito. Foi algo tipo:

- Are you ok?

- Yeah, s...ss...sure. 

- Sure?! Really? Who talks like that? 

- Leave me...a well.

- Well? What?

- Leave me ALONE! 

- Ok...ahn...want to talk?

- No. 

- Go out. 


- Leave. me. a. lone. 

- You no want to talk, ok. Cool.

- Cool.

- Pretty cool.


- Pretty.  

 Ouvi o barulho da porta batendo, ele saiu. Abri a porta do espelho. Peguei rápido e virei saquinho na pia. Quando estava acabando eu coloquei a mão esquerda em baixo. Joguei a embalagem no lixo e sentei na privada. Respirei fundo uma, duas, três vezes, e quandi foi na terceira encostei o dedo da mão direita na palma da esquerda. Respirei fundo de novo e coloquei o dedo perto do nariz. 

- Eu sou uma idiota. Cody? É mais. -disse sozinha e finalmente coloquei o dedo na narina direita e movimentei rápido, tirei, respirei fundo de novo, começou. 

   Meu coração começou a bater mais forte, prossegui com o processo até acabar. Levantei e juro que não tinha nada, mas por algum motivo, em algum lugar, bati a testa e tudo girou e girou...

~POV Cody~ 

  Quando Math desceu e disse que se trancou no banheiro, eu subi, eles haviam resolvido ir à praia.

- (SeuNome)? -bati na porta.

... 

- Ei! Abre! -bati mais vezes- Por favor, agora.

  Deitei na cama por três minutos que pareceram horas. Levantei.

- Ok, está demorando. Abre agora! Você não vai responder? Não me deixa falando sozinho, se eu entrar aí eu vou...

  Chutei a porta. Ela fez um barulho e a abri entrando.
  Olhei pra dentro do banheiro e ela estava deitada no chão. Se não fosse por out... ela parecia dormir, mas sei que não. Ajoelhei ao seu lado.

- Ei, ei! Acorda. 

  Eu não podia chamar a ambulância, uma hora iam saber que eu...

  A chacoalhei.

- Ei! -eu disse mais alto.

- O que é?! -ela disse ainda de olhos fechados, se mexeu.

- Eu te ajudo. -a peguei.

- Não encosta em mim! -ela tentou levantar. 

  Ela levantou e ficou me olhando por 3 segundos, nisso ela respirou muitas vezes. 

- O que? -ela perguntou grossa.

- Toda vez que a gente brigar, você então vai se tranca no banheiro e vai usar cocaína ou o que quer que seja?!

- Isso passa a não ser da sua conta a partir de agora. -ela chegou mais perto e saiu.

- Ei! -virei e fui atrás dela- Eu sou seu namorado!

- Você é meu agressor. Você está convidado a sair.

- Não, obrigado.

- Eu. não quero. você. aqui. 

  As palavras "você é meu agressor" doeram mais que isso, mas essa foi...pra fechar. 

- O que você vai fazer quando eu sair? 

- Provavelmente vou esperar o efeito da pouca -ela mexia a cabeça com o pescoço e levantava o dedo indicador da mão que ela escrevia sen parar- cocaína que eu usei, fazer umas coisas quando estiver sóbrea e quando sentir vontade de chorar eu vou me drogar mais, mais e mais. 

~Seu POV~ 

- Eu vou falar pra sua mãe ficar de olho em você. -ele veio na minha direção, ia ao destino: porta. Estávamos de costas um pro outro quando ouvi a maçaneta. 

- Vai lá, se ela perguntar se eu apanhei, falo que cai da cama. -disse levantando as sobrancelhas rapidamente e sorri, também rapidamente. 

- Olha... -virei e ele havia desistido.

- O que? -cruzei os braços. 

- Nada. 

- Vai me ameaçar e cumprir de novo? 

~POV Lucas~ 

  Tranquei a porta do quarto e tomei banho quando Mike saiu, eu deitei mas não consegui ficar parado, ele parecia com raiva. De novo. 
  Ouvi barulhos. Ele subia. Bateu na porta.

- O que foi?

- Você sabe bem.

- Tô ocupado.

- Eu vou contar até três. 

- Tá bom, tá bom. O que você quer?

- Abre. Só quero conversar. 

  A voz dele era num tom de seriedade, alta.

- Promete que vamos só conversar? 

- Você não tem mais idade pra falar desse jeito, criancinha. Abre.

- Não. -meu coração pulou só por estar desafiando ele.

- Vamos só conversar. 

  Abri a porta e ele me deu o soco mais forte que poderia ter levado na vida de todos socos que ele me deu. 

- Você... -eu disse.

- Você cai nessa há anos. Idiota. Por que você fez isso com ela? -me segurou pela camisa. 

- Você deixou. 

- Eu provavelmente não estava consciente. 

- Você nunca está. Me solta. -tentei fazer ele me soltar. 

- O que?! 

- Desculpa. 

- Por mais alguma coisa?

- Sim, desculpa, não deveria ter mexido com ela. 

- Sim, mas você sabe, eu nunca desculpei você. -ele disse e me socou de novo duas vezes- Dessa vez você tá merecendo mais do que nunca. 

- Não mereço. Eu pedi desculpas! 

- Você não presta. -ele me olhou nos olhos. 

   Bati no cigarro que estava na boca dele que caiu.

- Você também não. -eu disse, ele pegou de volta. 

- Vem cá. -ele me puxou pelo braço. 

- Não, não, não, não, não. Desculpa, por favor. 

- A criancinha vai chorar? -ele riu. 

- Por favor, isso não. 

- Você não tem o direito de nada. Senta aí. -ele me jogou na cama e eu cai sentado. Eu olhava aquela cena mais uma vez, ele tirou a mini faca, acredito que mortal do mesmo bolso e a abriu- Você vai pedindo desculpa enquanto eu faço.  

- NÃO! -não pude evitar de gritar.

- Você passou dos limites de novo, fazia dois meses que deixou de ser revoltado. Por favor, depois vai falar... -ele pegou meu braço,fechei os olhos com força e não conseguia ouvir e nem pensar mais nada. Eu só sentia dor. A pior das dores. A pior das torturas. A pior coisa que ele fazia comigo. Eu sentia arder a parte de cima do ante-braço a cada corte. 

- Eu vou morrer, para, para. -consegui virar o rosto e olhar. 
- Eu sei onde mata, eu sei onde machuca. Qualquer coisa eu consigo te socorrer, mas não porque você é meu irmão, -ele me olhava mas sem parar de fazer o que fazia, se eu tentasse resistir de alguma maneira, seria pior- mas sim porque é divertido fazer isso com você e...você não ia querer voltar a morar com o papai e a mamãe, sério. Eu sei disso, qualquer coisa é melhor. 

  Chantagem psicológica...é de família. 

- Você não tem dó? 

  Me arrependi de ter perguntado, fiquei sem graça de tanto que ele riu.

- Pede desculpa cem vezes, eu paro. Eu prometo. -ele com certeza mentia.

- Por favor.  

  Eu quase chorava na frente dele, mas ele acharia graça e por isso ia continuar. Segurei. 

- Cem vezes. 

   Aguentei firme.

- Você ainda gosta dela, né? Por que deixou ela ir? -perguntei. 

  Ele me olhou. 

- Não é da sua conta. -ele passou a faca do meio do ante-braço até a metade da mão e saiu. Eu levantei, tranquei a porta, me joguei na cama, coloquei a cara no travesseiro e comecei a gritar. 

- Mike, eu te odeio, eu te odeio, eu te odeio! -disse ao levantar, fui no banheiro tomar banho. Aquilo mais uma vez ardia, queimava, eu chorava e caía mais sangue de meu braço do que água do chuveiro.

~Seu POV~ 

  Cody foi embora. Eu odeio, odeio ele. Mas tem um problema: eu amo ele. Não tenho coragem de terminar porque pode ser pior. Prefiro aguentar a dor física do que psicológica. Eu peguei a droga daquele diário e fui escrever de novo, não posso descontar a raiva em ninguém quando ele faz isso, então escrevo. 

"Mais um dia. O pior dos dias, eu o odeio mas não tenho coragem de terminar, não posso ficar sem ele. Cada momento é horrível..." 

  Escrevi cada detalhe e guardei de volta na gaveta. 

- Ele me paga. De algum jeito, ele vai pagar.

~POV Lucas~

- Ele me paga, vou acabar com ele e nem que eu morra tentando descobrir o que vai machucar. 

  Sai do banho e fiquei de cueca na cama. Eu não aguentava mais isso, eu não quero mais. 

  Depois de quase 2 horas eu ainda não conseguia dormir. Tanto faz. Coloquei a mão em baixo do travesseiro e peguei a embalagem com metadona e barbitúrico, peguei uns cinco comprimidos, o copo de água no criado-mudo e engoli.

~Seu POV~ 

  Sentei na cama e fiquei cheirando a própria mão. 

- Ok, eu tenho que parar com isso. 

  Levantei e fui tomar banho, sai e fiquei de calcinha e sutiã jogada na cama. 

- Eu preciso de mais, eu preciso de mais... Não! Já sei! Vou comer.


  Desci e comi, não havia ninguém em casa. Subi rapidinho e fui dormir. Tranquei a porta, vão me encher o saco amanhã de manhã mas ok.   Acordei, tomei banho, me vesti e passei um quilo de maquiagem, o olho roxo já não estava mais inchado. Coloquei a jaqueta pra cobrir marcas no braço. 
  Cheguei na escola e Cody sabia que eu estava brava com ele, mas ele agia normalmente. 

- Vai ficar assim? -ele perguntou.

  Respirei fundo, coloquei a mão na sua nuca e o beijei.

- Arrumem um quarto. -disse Jake, paramos e ele se aproximou com Cambo e Math. 

- Ei. -eu disse. Vi que Math estava de cabeça baixa. Isso nunca acontece- O que foi, Math?

- Eu engravidei uma menina. 

- Tá, e a novidade? -Jake encostou no armário olhando pra ele. 

- E você tá bem? -perguntei.

- Perguntar da menina vocês não perguntam. -disse Cambo. 

- Ela tá bem? -perguntei. 

- Eu disse que eu pagava tudo, absolutamente tudo pra ela sumir e não contar pra ninguém mas ela disse que eu tenho que ser homem, estar ao lado dela, agir como pai e blá blá blá. Eu?! Num compromisso sério?!?! ISSO É SÉRIO?!

- Bem feito. -disse Cody.

- Sem tanta amizade. -eu disse.

- E agora? -perguntou Cambo.

- Eu não sei. -respondeu Math. 

- Quem é ela? -perguntei.

- Vocês não conhecem. Ela vai terminar a faculdade nessa ano e... -disse Math, interrompi:

- Que? Faculdade?!

- Eu sou um idiota. -ele socou o armário em que Cambo estava encostado, ele desviou. Melhor um armário amassado do que uma cara. 

- Sim, você é. -respondi.

- Hey!! -disse Alli chegando com as meninas. Vi Math olhar com a raiva que estava com ela e passou esbarrando em seu ombro de propósito- O que houve? -ela perguntou quando ele saiu.

- Nada. -respondi.

- Oooo...k. 

  Confesso que cada um que passava eu olhava esperando ser o Lucas, estou com muito medo de ele me ameaçar, sei lá. O povo ficava falando e falando e eu lembrando de tudo. 

- Você está bem? -Cody perguntou baixo, me dando um beijo na cabeça de lado.

  O sinal tocou. Graças a Deus. 

- Vamos. -eu disse. 

  Entramos na sala, nada da criatura. Segunda aula? Nada. Terceira, intervalo, quarta, quinta, sexta, intervalo, sétima... por que fiquei incomodada? 
  Recebi uma mensagem quando sai da aula "meu irmão vai te deixar em paz" do Mike. Cody estava do meu lado.

- O que é isso? 

  Bloqueei.

- Um celular? 

- Não gosto de gracinha.

- Nem eu dessa agressividade. -eu disse mais alto que ele e Cambo nos fitava.

- Ainda estão brigando? -perguntou Joel.

- Ele está brigando comigo! -me defendi.

- Eu odeio você. -disse Cody chegando bem perto e saiu. Só vi ele andando pelo corredor com a mochila nas costas, a calça caída, o mesmo vans de escola que sempre e passando a mão no cabelo. Cody. O jeito Cody. 

- Eu odeio você mais. -eu disse olhando pra ele. Todos ficaram me olhando- Que foi? Era Mike e ele ficou bravo.

- (SeuApelido)...Mike...não. -disse Alli. 

- Ele tá do bem agora! -eu disse.

- Ah sim. -disse Joel.

- Vocês não têm nada com isso. 

- Sim, temos. Você andou estranha o dia todo. -disse Ruby.

  Deixei a mochila no chão, estava pesada. Cambo ficou olhando pra ela. 

- O que vocês querem? -perguntei.

- Podemos passar uma tarde só da gente? Incluimos os meninos outra hora. -disse Sophie.

- Não, eu... -mexi no cabelo- tenho...que...que...ensaiar minhas falas, a última olhada no roteiro, aquele filme entediante com o Jaden, aquela cena...uma cena aí. Eu tô indo, tchau. -abaixei e fechei a mochila, já vi o que ele estava olhando.  
  Sai quase correndo.

~Povo~ 

- O que foi, Cambo? -perguntou Ruby. 

- Viram o que tinha na mochila dela? -ele estava sério. 

- Não, o que? -perguntou Joel.

- Tanto faz, eu devo estar...vendo coisas. -ele mexeu no cabelo. 

- Fala. -disse Josh.

  Cambo saiu andando.

- Drogas. -disse Ruby quando ele saiu e ainda olhou estranha pro Josh. 

- Pelo amor de Deus! -ele saiu com raiva.

- O que houve? -perguntou Joel.

- Vocês não contam pra ninguém, nem que comentei isso. -disse Ruby.

- Eu não vou ouvir isso. -disse Math e saiu. 

- É...provavelmente eles continuam. Que seja, não tem quase um dia que Josh não aparece bêbado em casa, ele vai pra minha porque a dele não liga se ele dormir lá e eu não aguento mais isso, -ela mexia as mãos como se fosse esmagar a própria cabeça- eu não sei onde ele vai, se me trai, eu fico pensando nisso e...Também pode ser as competições com Math. Eles...desde...a última hp. -ela não aguentou e começou a chorar. 

- Calma. -Alli e abraçou forte, Sophie não aguentou e fez o mesmo. 

- Ok, amiga. Calma. -disse Joel forçando a voz e abraçou as três. Jake também abraçou, ele era o maior, abraçou todo mundo. Ruby riu e enxugou as lágrimas depois. Esses cinco voltaram à escola. 

~Seu POV~

  Encontrei Cody no caminho. 

- Por que você. falou aquilo. na frente. de todo mundo? -me segurou pelo braço. 

- Duas palavras: me solta. 

- Três: você me paga.

- Cody, por favor. -comecei a chorar de medo, foi do nada. 

- Por que você tá chorando? -ele se aproximou, falou baixinho e mexeu no meu cabelo. Parece um psicopata.

- Eu estou com medo. -disse aos soluços. 

- Shhh, vai passar.

- Por favor, para. 

- Eu não posso. -ele dizia na maior normalidade. 

- Você ficou louco. 

- Você virou uma drogada e eu não falo nada.

- Eu não uso drogas. 


  Ele respirou fundo. 

- Usa sim.

- Como se você não. 

- Não vou acabar com a minha vida, são só em festas. 
- Talvez a culpa seja sua.

- A culpa não é minha se eu tenho uma família perfeita.

  Ele pegou e saiu. Voltei pra casa, me tranquei no quarto e chorei, chorei, chorei mesmo como NUNCA havia chorado antes, chorei por horas, de verdade. Como ele pode? Por que nasci nessa família também?! Eu nunca chorei tanto, a dor não passava. Leo me ligou, Alli, Ruby, Sophie, Jake, Cambo. Cambo ligou umas 5 vezes. Mike ligou, minha mãe me ligou e essa eu recusei com vontade. Recusei todas! 

  Tomei banho e deitei pra ver se a dor passava. Nada. Tentei dormir, não consegui. É horrível isso. Duas horas depois liguei pro Mike. 

- Alô? 


- Eu quero tudo que você tem. Tudo que me faça esquecer, tudo que chegue perto da morte mas por favor, não me deixe morrer...

  CONTINUAAAAAA?? RELAXEM,EU NÃO TÔ TENTANDO FAZER VOCÊS DECIDIREM QUEM ODEIAM MAIS: LUCAS OU CODY. SÓ LEMBREM DO QUE VOCÊS VIVEM ME CHAMANDO: MAY DAS TRETAS. 


Monday, 13 January 2014 @ postado Monday, January 13, 2014
2 Comments:
At 13 January 2014 at 20:19 , Anonymous Anonymous said...
O.o a~le eu com medo do Cody~ se o Cody "me" agredir mais uma vez vou dar uma voadora na cara daquela girafa loira da bunda inexistente u.u . O Cody podia voltar para aquela floresta e sair de lá zen, bem relaxado e sem a agresividade. E quanto a morte tragica do Lucas se tiver chances te conto a minha ideia ~eu sendo mal~ . May das tretas Continua pleaseeee!!!!
BjSimpson— Lyli
Ps. Vou salvar essa foto pq esta diva. 

At 14 January 2014 at 04:45 , Anonymous Anonymous said...
raiva do cody oqryepyqptqui lucas só precisa de uma ppk kkkkkkkkkkk ela tem que ficar é com o mike, mesmo q ele seja meio errado nessa historia toda huirowqhttp math se fudeu haha continuuuuuuuuuuuuua <3
tt: pqpalli