Capítulo 227 - APENAS RESPIRE
{...} - Alô? -Cambo perguntou.

- Mano, você não vai acreditar.

~POV Alli~

  Parece que tá tudo dando errado. Desta vez, mesmo não estando com Jake me sinto culpada por ter coisado com Josh mais uma vez, eu tenho um vício nesse moleque. Ruby está morrendo de raiva de mim. Eles estão no maior rolo e sim, eu sinto um pouco de ciúmes.  (SeuNome) tá no hospital e meu irmão está quase pirando. Todo mundo está preocupado. Math nem dá as caras, eu gosto dele mas prefiro fingir que gosto do Jake, bem na boa. Eu deveria estar com raiva da (SeuApelido) mas devo ajudá-la no momento. Eu fiz o mesmo então não tenho moral.
 A escola tá muito chata, nem nessas horas Abby deixa de dar em cima do meu irmão. Os olhares estranhos continuam...

~POV Cody~

- Fala.

- A minha namorada tá no hospital porque ela usou DOC.

- Não precisa lembrar que ela é sua namorada, falou? Eu sei.

- Que seja.

- Tá. É aquela parada que a gente não teve coragem de usar um inteiro e mesmo assim no outro dia custou para lembrarmos o nome?

- Essa mesmo.

- Sinto muito.

- Só isso?! QUE PORRA DEU EM VOCÊ? 

- O QUE DEU FOI QUE EU NÃO LIGO PRA VOCÊ! SE NÃO FOSSE POR SUA CULPA ELA NÃO ESTARIA AÍ, PODE TER CERTEZA, SE ELA FOSSE MINHA NAMORADA EU JAMAIS DEIXARIA CHEGAR NESSE PONTO!

  Ele desligou.

Talvez isso tenha sido merecido. Fui pra escola, cheguei na segunda aula. Eu não conseguia pensar em nada e Cambo estava me dando raiva. Math resolveu aparecer na escola.
  No intervalo estava pegando minhas coisas no armário, Abby veio falar comigo de novo. Ela está sendo legal comigo, sim, legal, coisa que ela nunca foi.

- Oi. -ela disse. 

- Ei. 

- Tá tudo bem?

- Na mesma. 

- Vai ficar. 

- Eu espero.

~POV Narradora~

  De longe todos estavam observando juntos aquela cena disfarçadamente. 

- O que...? -Math perguntou inconformado.

- Ihhh, faz tempo. Uma vez Abby Keep, sempre Abby Keep. -disse Soph. 

- Eu não suporto ver isso! EU NÃO VOU VER ISSO! -Math gritou e saiu.

- Espera! Math! -Ruby gritou.

~POV Cody~

  Vi Math vindo em nossa direção com muita raiva.

- Espera. -disse para Abby e dei dois passos.

- Que porra é essa? -ele perguntou. 

- A gente só tava conversando. Não é o que você tá pensando.

- Não?! AINDA BEM QUE VOCÊ SABE NO QUE EU TÔ PENSANDO! MINHA IRMÃ TÁ NO HOSPITAL EM COMA E ENQUANTO ISSO VOCÊ IGNORA TODA SITUAÇÃO E FICA AÍ FLERTANDO COM A SUA EX????

- Espera. CALMA!!! -gritei igual ele fez. 

- NÃO ME PEDE CALMA!

- Ela só tá me ajudando, não estamos flertando nem nada disso. Só conversando.

- Ah, e depois ela te leva para um quarto pra te consolar? Me poupe, você sabe como ela é. 

- Comigo ela não é mais assim!

  Ele chegou mais perto. 

- Se eu pudesse, eu socava a sua cara agora.

- Soca. Eu sei o que eu tô fazendo e -cheguei mais perto, já tava gay- pode fazer churrasquinho de Cody se acontecer algo à mais com Abby.


  Quando ele de afastou eu já sabia que ia levar uma daquelas. Apoiei no armário e ele por livre e espontânea vontade entrou na sala da diretora.

- Cody, você tá bem? -Abby veio me ajudar.

- Sim. -olhei em seus olhos- Fica longe de mim.

  Antes de entrar no banheiro vi que ela me olhou exatamente do jeitinho em que terminei com ela da última vez e depois apareci namorando com a (SeuApelido). A boca abriu e eu nunca havia visto um olhar de tristeza tão profundo e obviamente triste. Nada me prendeu a ficar lá dessa vez, ninguém aqui é idiota. Eu sou menino e qualquer um mesmo com namorada, se outra aparecer abrindo as pernas pra você, tu vai comer. Preferi então ir embora antes que qualquer coisa acontecesse mesmo sabendo que ela falava a verdade e sinceramente estava tentando me ajudar. 
  Limpei a boca e o rosto, fui chamado na enfermaria -onde peguei gelo- e na diretoria. Comigo não aconteceu nada, Math foi expulso por 3 dias.

  Ao final da aula, todos saíram e eu fui conversar com a professora pra ver o que eu poderia fazer para melhoras minhas notas em matemática porque estavam péssimas. Ouvimos um barulho de coisas caindo no chão. Era Abby, a última a sair da sala.

- Desculpa. -ela disse. Estava com uma cara péssima, eu sabia que ela havia chorado. 

  Voltei a olhar para a professora. Eu estava parado na frente de sua mesa.

- Então... -continuei. 

- Cody, não se preocupe com isso agora. Eu sei o que aconteceu com a sua namorada e...acho que as coisas estão complicadas com Abby, eu vou te ajudar com as notas depois. 

- Não! Não tem nada com a Abby! Ela só está tentando me ajudar e...

- Você não deve explicações para mim.

- É. Eu...vou indo.

  Sai da sala. Não havia ninguém no corredor, ou...

- Abby! Espera! -gritei.


- O que você quer? Eu só tava tentando te ajudar sem intenção alguma de maldade e você me trata assim?! Eu posso não gostar dela porque quando vocês começaram a ficar juntos você ficou desse jeito. Grosso e bruto, mas eu tô ajudando porque eu sei que você e seus amigos brigaram e eu te via sozinho e também eu tenho noção do quanto a situação tá feia. Eu realmente queria ajudar mas pra ser insultada deste jeito? Cody, fala sério, acha que eu me aproveitaria de um momento desses só pra ficar com você? Foi demais, você não sabe o quanto eu tô péssima e sei que VOCÊ NÃO DÁ A MÍNIMA! -ela gritou o final. Deixei ela falar, vi sinceridade em suas palavras desde o início. 

- Ei. -eu disse, ela engoliu o choro e me olhou.

- Mais alguma coisa?

- Sim.

 Ficamos alguns segundos demorados em silêncio, até que eu disse:

- Eu te amo. -não aguentei e a abracei. Ela não fica com a cara no meu peito igual a (SeuApelido). Ficou na ponta dos pés e conseguiu apoiar o queixo no meu ombro.

- Sério? 

- Eu tava precisando de uma melhor amiga, mas quem diria que seria minha ex.

  Ela me soltou.

- Que bom ouvir isso. Então...eu vou ser sua melhor melhor amiga.

- Melhor melhor amiga? -ri. Fomos andando.

- Sim. E agora vamos comprar flores.

- Pra?

- Sua namorada.

- Pra quê? Ela nem tá acordada ainda. -parei de andar e nos olhamos.

- Cody, ela vai acordar. -ela me puxou.

  Compramos as flores e fomos de mochila mesmo até o hospital. Fomos a pé. Fomos até a recepção. 

- Oi, eu sou... -comecei a falar.

- Claro, pode falar com o doutor, Cody. Ela acordou mas não sei se pode vê-la.

- SÉRIO?! -quase pulei.

- Cody, as flores! -Abby chamou minha atenção. 

  Fomos até a salinha. Sentamos. O médico apareceu. 

- Ei. Pode entrar, ela acordou mas não está muito bem então se tiver algo daquelas notícias ruins ou coisa do tipo, não conte. Um de cada vez.

- Não, tudo bem, só estou acompanhando. -Abby disse.

  Entrei todo animado.

- Sai daqui. -ela disse.

~Seu POV~

  Eu lembro daquele menino mas não o nome dele. Como assim? Ele me fez tanta coisa ruim.

- O que? -ele perguntou.

- É melhor ir embora. -uma mulher de branco ao meu lado disse para ele.

- (SeuApelido)? -ele perguntou.

- SAI DAQUI! -comecei a gritar. Senti lágrimas escorregando pelo meu rosto- VOCÊ É UM MONSTRO! EU TE ODEIO!

  Ele saiu e a porta fechou.

- Calma. -disse a mulher. 

- Ei, quem é aquele menino? -o médico perguntou. 

- Eu não sei.

- Sério? -ele perguntou com cara de que sabia de alguma coisa. 


- É. Ele mora na frente da minha casa e...e... -comecei a chorar mais e me mexer, aquele menino me bateu tanto e não foi uma vez.

  Me pediram calma.

~POV Cody~

- Que rápido. Que cara é essa? -Abby me perguntou.

- Você não ouviu os gritos?

  Ela levantou e veio até mim.

- Eu sinto muito. -o médico saiu e disse.

- O que aconteceu? -perguntei.

- Ela é sua namorada, certo?

- Sim.

- Certeza?

- Absoluta. 

- Eu perguntei para ela, ela disse que não sabia quem você era. Nem seu nome, apenas que você mora à frente de sua casa e que fez algo muito ruim à ela, bom, ao que deu para entender. 

- Ela... -fiz uma pausa de 2 segundos- esqueceu?

- Provavelmente, a DOC é muito forte, pra algo ser dez vezes pior que LSD... 

  Foi horrível ver que o médico estava surpreso em dizer aquilo e ainda mais preocupado.

- Então, é uma droga e essa perca de memória pode ser irreversível mas acredito que não é algo que você vai dizer e ela vai esquecer. Precisamos analisar por mais tempo.

  Vi os pais dela chegarem.

- Me ligue se ela melhorar. Eu não quero ouvir gritos piores dos que ouvi para mim. -disse olhando para seus pais.

  Fui embora com Abby. 

- Cody, eu sinto muito. Eu não sei o que aconteceu para ela agir daquele jeito e acredito que você não quer falso disso.

- Não, não quero.

- Mas pensa, pode ser...

- As drogas, eu sei.

- Então! Não fica assim.

- Como não?! Me sinto horrível. 

- Quer ir ver um filme? -ela perguntou ela quanto andávamos. 

- Não. Vou ficar trancado no meu quarto até ela sair de lá.

- Sinto em dizer mas...

- Vai demorar! Eu seiii! 

- Você não vai ficar mal. Por favor. Só um filme?

- ...

- Eu disse que ela ia acordar e se eu fosse você realmente ficaria feliz porque ela teve forças até pra gritar com você!

  Dei um sorriso, ela fez o mesmo me olhando. 

- Verdade. Vamos ver um filme. Só porque você quer! Espero que eu fique melhor.

- Eu disse que ela ia acordar, acordou. Tô falando que vai ficar melhor. 

- Olá, Joel. 

- O que?

- Nada! -lembrei que não podia falar disso com ela-  Nada, nada.

- Cody?

- Nada, sério. Uma coisa engraçada que lembrei.

- Ok. Que seja. Vamos ver filme aonde? 

- Cinema tá muito longe e eu prefiro que não fique rodeado de pessoas me perguntando o que aconteceu com a minha namorada e também querendo saber como sinto sobre isso, obrigado.

- Wow. 

- Estamos mais perto da minha casa do que da sua.

- Me calei depois dessa.

  Fomos até a minha casa. Ela sabia onde ficava tudo e onde podia mexer. Deitamos no sofá e eu peguei algumas coisas pra comer. 
  Assistimos um daqueles filmes que são hilários mas não muito conhecidos. Eu não conseguia prestar atenção. Eu tentei mas não deu, meus pensamentos estavam longe e somente focados na (SeuNome). Eu odeio me sentir assim. E quando ela gritou comigo? Não consigo, não consigo, repito: não consigo esquecer. O jeito, o rosto dela... Pareciam ossos cobertos por um pano, SÉRIO! Mas como Abby disse pelo menos ela tá forte pra gritar comigo.

- Cody, você tá bem? -Abby perguntou. A luz estava apagada e eu me assustei quando senti sua mão em meu braço. 

- Tô. É. Mais ou menos. 

- Eu entendo. Você quer...opa. 

- VOCÊ COMEU TUDO???????????????

- Eu acho que...sim. -vi que ela ficou sem graça ou algo do tipo. 

- Relaxa. -comecei a rir- Normal. Ensina a (SeuNome) a comer assim.

- Por que?

- Acho que ela perdia o apetite por causa das drogas e isso realmente...é uma droga.

- Entendi. Não leve à mal, mas podemos parar de falar dela um segundo? Isso tá te matando por dentro que eu sei.

- E por fora, já que você percebeu.


- Eu te conheço faz uns 5 anos, é porque eu sei bem.

Estávamos os dois de pernas de índio, o joelho quente dela encostou na minha perna fria.

- Pois é.

 Ela encostou a cabeça no meu ombro. Acho que ela não devia fazer isso. Virei o rosto para ela. 

- Abby, sem querer ser grosso mas acho que você não deveria ficar tão per... 

  Ela me interrompeu com um beijo.

~Seu POV~

- O que aconteceu? -perguntei- Por que eu tô aqui? Eu preciso de...nossa, como é o nome mesmo?

- Calma. -disse o médico. 

- Cansei de ver vocês me pedindo calma. Eu me sinto bem mas...

- O que você precisa começa com..."D"?

- Sim. No geral.

- Então tem outros nomes?

- As específicas. 

- Drogas?

- Sim!

- Quais?

  Eu falei de algumas que já havia usado e que me recordava.

- Por que ela tá anotando tudo? -perguntei ao médico porque vi a mulher de branco anotando.

- Porque...

- Por favor, não me digam que eu vou ter que ir pro lugar que eu tô pensando? -perguntei.

  Senti uma das piores sensações do mundo! Comecei a ofegar! Senti algo estranho dentro do meu peito! Me falta ar! Gritei! Chorei! Apaguei...

~POV Cody~

- Cody?! Cody?! Você tá bem? Acorda!

- Oi! Oi!

- Você teve um sonho ruim ou...?

- Sim. Desculpa.

  Olhei para ela e ela estava à uma distância boa. Pareceu tão real mas não, ela não me beijou. 

- Relaxa.

- O filme acabou?

- Sim. -ela riu. 

- Você comeu tudo???????

- Desculpa. -ela deu risada.

- Tudo bem, eu nem tava com fome.

- Sério? -ela perguntou me olhando com dó. 

- Sei lá.

- O filme não deu certo. Quer ir tomar sorvete? Surfar? Acredito que em cima da prancha você não dorme.

- Com certeza não! -fiquei animado.

- E então? 

- Você ainda se lembra como surfar?

- Você é que não me vê todos os dias na praia!

- Aí sim!! Deixa eu só pegar minhas coisas.

  15 minutos depois estávamos com o pé na areia. Eram 4 da tarde e ficamos lá até umas 6.

~Seu POV~

 Quando acordei foi um dia depois. 

- Ei. Como se sente? -perguntou a enfermeira.

- Bem.

  Eu me lembrei quem era o menino loiro. Ele não havia feito apenas coisas ruins para mim e era meu namorado. Lembro de estar com o amigo de Mike antes de vir parar aqui.

- Posso perguntar uma coisa? É...quantos dias eu estou aqui?

- Cinco.

- Que dia é hoje?

- Faltam 2 semanas para as férias de verão. 

- Eu vou sair antes?

- Vou chamar o doutor.

  Ainda vou ficar aqui por 3 dias para análise de sei lá o que e depois vou "sair".

- Não, por favor! Como minha mãe autorizou? QUEM ELA PENSA QUE É?

- Sua mãe. -o médico respondeu.

- Ai, que ódio. 

- Não é nada de mais.

- Só um hospício pra viciados.

- Não. Clínica de tratamento para dependentes químicos. 

- Dá na mesma. Posso ligar pra alguém? 

- Pode. Aqui está seu celular. -ele me deu.

  Liguei para Cody.

- Oi. Não fala nada, espera. Eu sei que briguei com todo mundo e sim, continuo com raiva mas eu quero ver você. Só você. Pode vir aqui? Por favor. Te amo.

  Ouvi um barulho ou algo do tipo, ele tentou falar mas nada saiu. Desliguei. 

  Esperei um bom tempo. Me deram café da manhã. Eu via o sol entrando no meu quarto e eu aqui.

- Seu namorado. Pode deixar entrar? -o médico abriu a porta e entrou.

- Sim. Não vou gritar dessa vez, prometo.

- Ok. -ele riu- Pode entrar. Vou deixar vocês sozinhos.

- Oi. Desculpa aquele dia que eu gritei e...

- Não precisa se desculpar. -ele chegou até mim e pegou na minha mão. 

- Não precisa ter pena de mim.

- Não tem como. E eu que tenho que pedir desculpas.

- Não se culpe.

- ...

- ...

- ...

- O que você tem feito?

- Nada. Com você aqui eu não consigo nem respirar.

- As férias estão chegando. O que você vai fazer? 

- Eu não sei. Só vou querer ficar com você. 

- Cody, eu não vou...ter férias. 

- O que? 

- Eu vou sair daqui eu adivinha pra onde eu vou?

- Tudo bem, se você for fazer tratamento na Grécia eu vou junto!

- Não precisa se preocupar, eu quero que você fique bem e curta.

- Eu quero que você fique bem. E não me peça pra não me preocupar. Você ficou em coma por dias e pede isso? Impossível. 

- Fiquei?

- Sim. Só me fala onde foi que você conseguiu...?

- Eu não vou mais comprar, que diferença faz?

- Ok. Eu só tenho mais 5 minutos.

- Por que? É meia hora.

- Seu irmão tá aí fora.

- Eu odeio quando falam isso.

  Ele riu.

- Tá. O Math. -ele respondeu.

- Obrigada. Mas eu não quero ver ele. Vou dar xilique. 

- Vão pensar que você não melhorou e vão te deixar por mais tempo aqui.

- Verdade, né?

- Sim. -ele sorriu- Eu queria ficar aqui.

- Também queria que você ficasse. -apertei sua mão. 

- Me desculpa por tudo.

  Pensei um pouco olhando para ele.

- Ok. -respondi. 

 Ele me beijou.

- Eu te amo. -ele disse antes de soltar minha mão. 

- Eu te amo também.

  Ele saiu e eu fechei os olhos sabendo que Math entraria.

- (SeuApelido)?

- Eu tô dormindo. E é (SeuNome) pra você. 

- Me desculpa. Eu nunca mais vou desejar a morte de ninguém. 

- Faz bem. -continuei de olhos fechados.

- Sério. Eu me arrependo por cada palavra.

- Isso não é coisa sua.

- Eu fiquei dias pensando no que dizer pra você. Pra ver se você me desculpa.

  Abri os olhos.

- Mentira. -afirmei perguntando. 
- Sério. Eu não vou te ver por meses então...

- Eu perdoo você. 

- Sério? 

- Se você falar de novo eu retiro o perdão! 

  Ele chegou mais perto. Até agora ele estava perto da porta.

- Eu sinto que não estou mais tão igual à você. 

- Eu disse. Eu sempre fui mais bonito.- Ah, meu Deus. -ele disse baixinho- Tudo bem, se você for fazer tratamento na Grécia eu vou junto.

- Não precisa se preocupar, eu quero que você fique bem e curta.

- Eu quero que você fique bem. E não me peça pra não me preocupar. Você ficou em coma por dias e pede isso? Impossível. 

- Fiquei?

- Sim. Só me fala onde foi que você conseguiu...?

- Eu não vou mais comprar, que diferença faz?

- Ok. Eu só tenho mais 5 minutos.

- Por que? É meia hora.

- Seu irmão tá aí fora.

- Eu odeio quando falam isso.

  Ele riu.

- Tá. O Math. -ele respondeu.

- Obrigada. Mas eu não quero ver ele. Vou dar xilique. 

- Vão pensar que você não melhorou e vão te deixar por mais tempo aqui.

- Verdade, né?

- Sim. -ele sorriu- Eu queria ficar aqui.

- Também queria que você ficasse. -apertei sua mão. 

- Me desculpa por tudo.

  Pensei um pouco olhando para ele.

- Ok. -respondi. 

 Ele me beijou.

- Eu te amo. -ele disse antes de soltar minha mão. 

- Eu te amo também.

  Ele saiu e eu fechei os olhos sabendo que Math entraria.

- (SeuApelido)?

- Eu tô dormindo. E é (SeuNome) pra você. 

- Me desculpa. Eu nunca mais vou desejar a morte de ninguém. 

- Faz bem. -continuei de olhos fechados.

- Sério. Eu me arrependo por cada palavra.

- Isso não é coisa sua.

- Eu fiquei dias pensando no que dizer pra você. Pra ver se você me desculpa.

  Abri os olhos.

- Mentira. -afirmei perguntando. 
- Sério. Eu não vou te ver por meses então...

- Eu perdoo você. 

- Sério? 

- Se você falar de novo eu retiro o perdão! 

  Ele chegou mais perto. Até agora ele estava perto da porta.

- Eu sinto que não estou mais tão igual à você. 

- Eu disse. Eu sempre fui mais bonito.

- Não. Sem brincadeira.

- Eu sei. Você tá mal mas vai melhorar.

- Eu espero. Sei lá.

- Eu amo você. 

- Eu acho que...também. -eu ri. Ele sorriu- O que foi?

- Tá tudo tão quieto sem sua risada lá em casa. Prefiro não falar como estão as coisas.

- Prefiro não saber também. Como vão as coisas com a Alli?

- De jeito nenhum. Estou tentando esquecer.

- Já pegou quantas?

- Nenhuma! Acha que eu consigo respirar com você aqui?


- Cody disse a mesma coisa. -sorri de leve.

Sua expressão mudou na hora.

- Math? O que há de errado? 

- Nada. Nada. É só que...

- Que...?

- Cody anda conversando com Abby.

- Ele anda o que?

- Só conversando, aquele roxo na cara dele fui eu.

- Só conversando?

- Sim. Eu andei vendo direito.

- Não minta pra mim.

- Ele pode ser ruim as vezes mas ele não faria isso com você aqui.

- É. Talvez.

- É sério, é que...todo mundo tá brigado e ele tava sozinho.

- Tem que ser ela?

- Ela mudou.

  Lembrei de quando ela me ajudou no banheiro.

- Eu acredito. -eu disse. 

- Eu tenho que sair antes que me mandem.

- Obrigada por vir.

- Vai ficar tudo bem. Eu amo você. -ele me deu um beijo na testa e saiu.


  Então, três dias se passaram e agora dei o primeiro passo para dentro desse lugar que parece uma casa. Há um gramado enorme em volta e flores. Afastado de tudo, fica à 45 minutos da minha casa. Não quis que meus pais me trouxessem. Vim com Cody. Sim, eu estou assustada mas assim como meu irmão ele me disse que tudo ia ficar bem. Um homem me ajudou com as malas e me mostrou onde era o quarto. Entrei lá e olhei tudo, as malas chegariam depois porque era necessário ver se havia alguma coisa que "não podia". Era bonitinho e agradável, o sol pegava exatamente como pegava no meu quarto de verdade.
  Minha primeira noite foi tranquila ou quase. Eu não consegui pregar os olhos e não parava de suar. Abstinência é horrível. 

  Era obrigatório acordar às 8 da manhã e assim eu o fiz. Tomei banho, coloquei um vestido florido e deixei o cabelo solto. Fui até uma sala onde haviam umas quinze pessoas. Sentei.

- Olá, eu sou Marla e gostaria de dizer que temos uma paciente nova. (SeuNome).


 Incrível que pra fazer show na frente de milhares de pessoas eu não tenho vergonha mas diante de poucas... Falei apenas "oi" e ela pediu para que os outros dissesem seus nomes. O menino mais estranho e com aparência de mais velho se chamava Greg. Por que prestei atenção nele? Sei lá. Fomos tomar café da manhã. Eu continuei quieta e quando estava indo para meu quarto uma menina me pediu um autógrafo. 

 Eu não sei qual é a intenção deles aqui, fazer a gente pirar sem as drogas ou sem o celular. Ou os dois. 
  Os primeiros dias foram legais. No terceiro, às 11 da noite eu ainda estava acordada e um menino veio falar comigo.

- Oi. -ele disse.

- Ei. 

- (SeuNome)? 

- Sim. -deveria ter ficado surpresa por ele não saber mas não fiquei- E...você? 

- Greg.

- Ah, é. Eu lembro. 

- Quer ir lá pra fora?

- Lá fora?

- Sim.

- Nós podemos? 

- Tecnicamente...não. Mas é chato demais aqui dentro. 

- Parece um asilo.

- Você me entende.

- Obrigada. -sorri e fomos caminhando. Ficamos em um lugar atrás da casa que parecia uma varanda "no baixo".

- Então. -ele sentou na cadeira- O que te trás aqui?

- Não é óbvio? 

- Calma ae. 

- Oxe. 

- Desculpe. Mesmo, eu pareço um idiota. Greg, vim de San Diego, vinte.

- (SeuNome), Brasil, dezesseis.

- Você não tem cara de dezesseis.

- E nem você de vinte.

- Pareço ter quantos?

- Dezessete no máximo. 

- Eu tô aqui desde essa idade.

- O QUE?!

- SHHHHHHHHHHH! 

- Desculpa! 

- Eu tava brincando.

- Não faz isso!

  Ficamos em silêncio por alguns segundos. Olhei em volta e olhei as plantas e tudo mais.

- Tinha que ver a sua cara! -ele riu.

- Não, não tinha! Não é engraçado. 

- É sim. E você é o que? Tem cara dessas meninas que vivem às custas dos pais e que é mimadinha. Los Angeles, o que eu espero?

- E você tem cara de ser um caipira muito grosso, vou voltar pro meu quarto.

- Desculpa. 

- Já teve alguma namorada?

- Tá interessada? Não. 

- Claro que não! É...tá explicado.

  Conversei bastante tempo com Greg ontem à noite e ele é legal. É sim grosso mas boa pessoa. Pelo menos agora não tô sozinha.

~POV Cody~

  Todos nós nos resolvemos aos poucos. Estamos MUITO mais tranquilos com a (SeuApelido) na reabilitação. Sabemos que ela está bem.

- Primeiro dia de férias, vadias. -Alli se jogou no sofá de nossa casa- E caras.

- Obrigado. -Cambo e Joel disseram voltando da cozinha.

- Praia? -perguntou Ruby.

- Não. Já que ninguém vai viajar vamos fazer alguma coisa sem ser praia, eu não aguento mais! -falei.

- Chamem uma ambulância. -disse Math. 

- Quero fazer alguma coisa diferente. Só isso.

- Tipo...não se preocupar com a sua namorada? -perguntou Alli. 

  Não respondi.

- Ela tá bem agora. Talvez tenha conhecido outro cara na reabilitação. -disse Josh rindo.

- Cala a boca! -joguei uma almofada nele.

- Eu só tô brincando!

- Não tem graça. Pega a Ruby de novo, Math.

- Cody, calma! Credo. -disse Jake- Acha mesmo que ela vai lá pra isso?

- Vamos pra uma festa? -perguntou Josh. Todos olhamos pra ele- Sem bebida, sem loucura, sem nada.

- Aniversário de criança onde vou engordar 5 quilos em 3 horas? Não, obrigada. -disse Ruby. Hmmmm, parece que eles já estão se falando.

- Isso não é vida. Vocês -Math se referiu às meninas- aí comendo bolacha com gosto de morango que nem tem recheio...

- E vocês aí comendo a com recheio, grande coisa. Vocês têm menos tendência pra engordar. -disse Alli. 

- Vocês podem parar de falar de bolacha? -pedi.

- Ok, então pra que vamos numa festa que não tem bebida e nem nada? -perguntou Alli. 

- PRA DANÇAR NÉ, AMIGA! -Soph disse com muita ironia.

  Todos nós (meninos) nos olhamos.

- AI, VOCÊS NÃO SOSSEGAM ESSAS PIROCAS, NÃO? -Alli perguntou e as três ficaram muito revoltadas e subiram.

  Ficamos aqui em baixo procurando uma maneira fofa e irresistível para pedir desculpas à elas.

- Só falta a parte fofa. -disse Math. 

- Mas a gente não pensou em nada irresistível. -eu disse. 


- Você está olhando para ele. -ele respondeu e levou uns tapas também. 

CONTINUA? 
Wednesday, 2 July 2014 @ postado Wednesday, July 02, 2014
2 Comments:
At 3 July 2014 at 00:15 , Anonymous Anonymous said...
Continua kkkkkk Math <3 

At 9 July 2014 at 20:18 , Blogger Thay Fritzen said...
coninua por favor <3