CAPÍTULO 251 - ERA OUTRA VEZ...
Quando a ambulância chegou viu que o Mike estava morto e então outros profissionais ficaram lá pra isso. Outros colocaram a (SeuApelido) na ambulância.
Joel e eu chegamos no hospital no mesmo tempo que a ambulância, ele foi dirigindo na cola dela com o meu carro. Chegamos lá e tivemos que ficar pra fora da sala que ela estava indo, claro. Ouvia os médicos dizerem "pra sala de cirurgia de emergência" "o coração tá parando" "ela perdeu muito sangue, temos alguns minutos pra salvá-la' "a respiração dela tá falhando" e isso só me deixava mais desesperado, Joel me fez sentar na sala de espera enquanto ele fazia algumas ligações. Ligou para os pais dela, depois para o Math, que com certeza avisaria minha irmã e nossos amigos.
Eu não conseguia chorar nem me mover. Apoiei o cotovelo no braço do sofá e fiquei olhando para a parede.
- Joel. -eu disse.
- Eu já sei o que você tá pensando.
- Então, me responde.
- Cody, você não vai contar pra ninguém o que você viu.
- Eu. Vou. Contar.
Ele respirou fundo e sentou do meu lado.
- Eu trabalhava com o Mike.
- COMO CALA A BOCA? O tempo todo eu tava do lado de alguém que era amigo de um traficante, assassino e essas porra todas?!
- Eu não era amigo dele.
Olhei nos olhos dele.
- Então você é... -ele me interrompeu:
- Traficante e assassino também. -ele respondeu e meu coração acelerou.
Os pais dela chegaram nessa mesma hora e perguntaram o que aconteceu.
- Quem atirou nela foi o Mike Bentler. Ela estava namorando e vendo ele escondido, só nós sabíamos. -respondeu Joel.
- E COMO ELA ESTÁ? POR QUE NENHUM DE VOCÊS DISSE NADA?! -perguntou a mãe dela, mas Joel mantinha a calma.
- Não sabemos, ela foi pra sala de cirurgia, ela tomou um tiro na barriga, Cody e eu só conseguimos trazer ela pra cá porque a seguimos quando ela saiu dizendo que ia ver o Mike.
O pai dela falava ao telefone, provavelmente de negócios.
- Deixa atrasar! A minha filha tá no hospital de novo, tomem conta de tudo, liguem para o sócio de Berlim, mandem o avião ir buscá-lo que ele assume por enquanto. Muito obrigado, até mais.
A mãe dela sentou no outro sofá, as pernas dela pareciam bambas e quase que ela caiu daquele salto, o pai dela tentava acalmá-la e tentava ficar calmo também.
- Cody. -a mãe dela me chamou. Virei o pescoço e a olhei- Por que você não estava com ela? Eu nunca mais vou reclamar se vocês namorarem.
- Eu sei que a culpa é toda minha, mas sem querer tratar a senhora com grosseria, não fique me lembrando, por favor.
Passaram horas e horas e ficamos lá, os meninos e as meninas não quiseram vir porque...sei lá porque, mas tudo bem, quanto menos gente, melhor. Eu não conseguia ficar mais ali parado, mas também não conseguia levantar.
- Calma, bro. Logo logo aparece um médico dando notí... -disse Joel e um médico apareceu perguntando sobre os familiares dela.
Os pais olharam rapidamente com um olhar desconfiado para o Joel e foram falar com o médico.
- Somos nós. -o pai dela respondeu.
- Eu sinto em dizer que...
Ai, meu Deus. Não faz isso comigo, por favor, (SeuNome)! Abaixei a cabeça e mesmo sem ter vontade e esperei o médico terminar a frase.
- ...não podem vê-la agora. A bala que já foi removida atingiu a costela esquerda logo abaixo do seio e ela ainda vai ter que ficar em observação por algumas semanas.
- E como ela tá? -perguntou Joel porque os pais dela e eu só conseguíamos ficar de boca aberta e com o coração na mão.
- Podemos pensar que o caso não é grave, mas também não de pouca importância, pois temos que mantê-la dopada porque se ela acordar vai sentir uma dor insuportável e se ela se mover pode perder algum movimento. Vamos esperar uns dias para a cirurgia cicatrizar e informamos vocês de qualquer coisa.
Levantei e fui lá pra fora. Joel me seguiu.
- Não vai chorar.
- Talvez.
- E VOCÊ NÃO CHOROU QUANDO A SOPHIE MORREU, NÉ?! -virei para ele que fechou a cara- Desculpa.
- Acontece que a (SeuApelido) não morreu.
- Ainda.
- Não fala assim.
- JOEL, ELA TOMOU UM TIRO! SE AQUELE FILHO DA PUTA NÃO TIVESSE MORTO, EU MATARIA ELE!
- Cody, ela já teve muitas chances de morrer e não aconteceu, ela é forte, você acha que vai ser agora que vai acontecer?
- Eu não sei.
- Claro. -respondi.
- Então por que vocês terminaram? Essa última vez pareceu não ser sério no começo mas...
- Eu sei, a gente se gosta só que não dá certo.
- Ela vive inventando coisa e fala que sou eu que invento.
- Então por que começou a tocar o rosto? Você só faz isso quando tá nervoso e consequentemente mentindo. -ele ergueu uma sobrancelha.
- Tá se estressando à toa. Não pergunto mais.
- É bom mesmo.
O celular dele começou a tocar, ele atendeu.
- Eu atirei nele. -ele falou baixo- E agora? E agora que o dinheiro, os reféns, as drogas e... -olhei para ele com os olhos arregalados- eu falo com vocês depois.
- Joel, que porra é essa? -perguntei.
- Depois de você dar 3 tiros certeiros pelas costas do Mike, eu não duvido de nada.
- Joel...
- Só você e a (SeuApelido) sabem, ela descobriu por acaso, foi o Mike que me bateu aquele dia que eu dormi na casa dela por causa da foto.
- Até eu fiquei mordido com aquela foto.
- Depois eu te explico o resto, vamos voltar pra casa, falar que ela tá bem para o resto, não adianta nada a gente ficar aqui.
- Beleza.
(...)
Chegamos na minha casa e todo mundo tava lá.
- Se aconteceu alguma coisa, fiquem quietos. -disse Math.
Aquelas palavras doeram só de pensar em alguma coisa acontecer com ela, fiquei imóvel sem saber o que fazer e Joel não disse nada.
- FALA ALGUMA COISA, IDIOTA! -gritou Math segurando a minha camiseta.
- ME SOLTA! ELA TÁ BEM, SÓ NÃO VAI ACORDAR TÃO CEDO!
- E A CULPA É DE QUEM? SUA!! -ele me largou e enfiou o dedo na minha cara.
- SE VOCÊ NÃO ABAIXAR ESSA MÃO...
- VAI FAZER O QUE?! BATE! -ele disse dando tapinhas no próprio rosto- BATE MESMO PORQUE SE ACONTECER ALGUMA COISA, VOCÊ É QUEM VAI TOMAR PORRADA COMO NUNCA NA SUA VIDA!
- PARA DE JOGAR A CULPA EM MIM! -disse mesmo sabendo que a culpa era minha.
- SE NÃO É SUA, É DE QUEM?!
- ATÉ SUA PODE TER SIDO.
- MINHA?! NÃO FUI EU QUE MAGOEI ELA E DAÍ ELA TEVE QUE IR COM OUTRO CARA!
- ELA FOI PORQUE ELA QUIS!
- ESSE NÃO É O PROBLEMA, A CULPA É SUA. VIRA HOMEM E ADMITE!!! -ele gritou e as veias do seu pescoço saltaram.
- EU DEIXEI DE SER HOMEM QUANDO EU COMECEI A ANDAR COM VOCÊ. E POR QUE QUANDO A GENTE BRIGAVA, VOCÊ QUE É O IRMÃOZINHO DELA NÃO FOI CONSOLAR?
- PORQUE VOCÊ MERECE SER CORNO!
- CORNA ERA ELA!
- NÃO FALA ASSIM DA MINHA IRMÃ, OTÁRIO! -ele disse já vermelho e senti minha boca formigar com o soco que ele me deu.
Aliás, não foi o soco, foram OS socos.
- PELO AMOR DE DEUS, PAREM COM ISSO! -Alli gritou.
- CALA A BOCA, ALLI! -disse.
- NÃO FALA COM ELA DESSE JEITO, VOCÊ MERECE SER CASTRADO PRA APRENDER COMO TRATA QUE NEM HOMEM A MULHER QUE A GENTE AMA!
~POV Alli~
É claro que eu só gritei pra defender o Math. A cena foi muito inesperada, depois do que o ele disse todos aplaudiram.
Os dois se encararam de um jeito assustador. Math ainda falou alguma coisa pro meu irmão e eles se afastaram.
- A culpa vai ser inteiramente sua. -Math disse já mais calmo apontando o dedo pro Cody.
~POV Josh~
- A culpa... -começou Cody.
- Chega. -disse Ruby num tom autoritário. Math olhou pra ela e desceu o olhar.
- E se você não fechar esse olho agora,eu faço questão de fechar ele no soco. -eu disse.
- Vem, se você for homem diferente do Simpson. -ele respondeu.
- Eu só não vou responder porque você não é o tipo de gente com quem se perde tempo. -disse Cody.
- E eu só não vou responder porque eu tô aprendendo a ter respeito. -Math revidou.
- Já tava na hora, até porque se dependesse dos seus pais...
Mano, o Cody provoca e depois não aguenta. Se alguém pegar o Math na raiva que ele tá agora não quero nem ver.
- Se dependesse deles eu seria pior do que você, mas enquanto eu ainda tenho nível, vou tentar manter ele porque me rebaixar ao seu seria humilhante.
~POV Alli~
Eu não aguentei, tive que defender o meu irmão.
- Math, cala a boca.
- Então por que você não vem calar? -ele perguntou.
- Porque enquanto você não se rebaixa ao nível do Cody, eu não me rebaixo ao seu. -respondi.
- E eu só não te xingo porque tenho dó.
- Ou porque não tem xingamento. -cruzei os braços.
~POV Math~
- Eu vou falar e já vou embora, sim, admito que sou covarde, mas já tá na hora de admitir que você é uma vagabunda. -disse cuspindo as palavras com raiva, com gosto.
Nem olhei a reação dela e saí. Voltei pra casa batendo a porta. Já tá me tirando do sério esses seguranças por toda parte, não dá pra ter privacidade nenhuma e aposta quanto que quando eu entrar no meio quarto vai estar tudo fora do lugar por causa das inúteis das empregadas?
Pois é, entrei no quarto e estava tudo arrumadinho, me controlei, tomei um banho pra lavar o ódio, coloquei uma box, uma calça de abrigo e desci pra comer alguma coisa.
Chamei uma das empregadas.
- Pois não? -ela perguntou.
- Tô com fome.
- Ainda está de dieta?
- Que se dane a dieta.
- Tudo bem. -ela disse e eu fui pra sala. Liguei a tv e fiquei mexendo no celular, um tempo depois ela apareceu com um sanduíche e um suco.
Fiquei comendo e vendo umas fotos com a (SeuApelido) e também as que eu tiro sem ela ver. Ela dançando, cantando alto, rindo...que linda. E dessa vez não tô falando só porque temos a mesma cara. ISSO SEMPRE SEMPRE ACONTECE! TODA VEZ É ELA NO HOSPITAL! Fico pensando se um dia ela não voltar. Deixei o prato na mesinha e não consegui mais engolir.
Ouvi que a tv parou de fazer barulho.
- Eu tava vendo, idiota. -disse pro Jeremy.
- Não estava. -ele respondeu.
- PÕE LÁ DE NOVO!
Ele me ignorou.
- Tem 17 televisões pra você assistir. -eu disse.
- Eu gosto de te irritar.
- Até a hora de eu socar a sua cara.
- Eu vou pro meu quarto.
- Cadê seu grude?
- Você ainda não sabe?
- O que?
- Ela tá no hospital, otário!
- POR QUE?! O QUE ACONTECEU?
- O Mike atirou nela.
- É o Mike que eu tô pensando?
- O próprio.
- E onde ele tá?
- Morto.
- Se matou?
- Deve ter sido.
- E como ela tá?
- Liga pro papai e pra mamãe que eles estão lá.
Disse e subi pro meu quarto.
~POV Cody~
Passaram-se cinco dias e desses Math só foi dois pra escola, eu fui todos porque minha mãe me obrigou. Ele tá ficando tão insuportável que nem as vacas da escola estão mais se esfregando nele. Vive com raiva, vive estressado, vive com sono, qualquer um percebe que não é só da maconha que ele tá abusando. E eu? Já eu tô de boa, quando tenho vontade de qualquer coisa, vou pra praia, ligo pra Abby ou vou estudar.
Quando deu 19 horas e ainda estava claro, tomei banho, coloquei uma calça jeans, uma regata branca e um vans azul. Peguei meu celular e as chaves do carro.
- Mãe, vou ver a (SeuNome).
- Não vai arrumar confusão com os pais dela.
- Você sempre fala isso e eu ainda não arrumei, a mãe dela até disse que quer que eu volte com ela.
Ela me olhou com uma cara e eu entendi que ela quis dizer "só porque você não deu um tiro nela igual o Mike e mais nada".
- Tchau. -eu disse.
- Vai com Deus.
- Amém, te amo.
- Eu sei. -ela riu.
- MÃE!! -gritei da porta.
- TAMBÉM TE AMO, FILHO. -ela gritou.
Fui na garagem, tirei o carro e fui na maior calma até o hospital. Me identifiquei e o médico me deixou entrar.
- Como ela tá? -perguntei.
- Já era pra ela ter acordado.
- Ela vai acordar.
- Vou deixá-los à sós. -ele disse, assenti com a cabeça e ele saiu.
- Vou segurar sua mão só agora porque você não tá vendo, senão eu ia ouvir um monte. -disse a ela sorrindo- "Ai, Cody, não me toca", -comecei a imitá-la- "Não faz isso, eu sou rica demais pra você".
Parei ao lembrar que ela não gosta disso, o quanto fica irritada, é até legal quando ela fica brava.
- Quando eu estiver vendo que você vai acordar, e vai mesmo porque eu tenho fé, eu vou embora. Não quero que ninguém saiba que eu estive todos os dias aqui, que eu cuidei de ti sem você saber, não quero que você saiba que eu ainda te amo. Pois é, ainda continuo orgulhoso. O Math tá colocando toda culpa em mim, você não sabe o quanto -apertei sua mão- ele tá insuportável, só você pra domar ele, é sério. Queria que a gente desse certo, queria mudar de verdade, queria ter 15 anos de novo, mas o tempo não volta e já já eu vou fazer 18. Seu aniversário é daqui um mês, você era meio feia quando eu te conheci, -ri de leve- mas eu gostava do seu sorriso, você sabe que eu sou de falar essas coisas mas morro de vergonha então, como você não tá ouvindo... Você mudou demais e por isso que ainda sinto ciúmes quando vejo um menino olhando pra você. Era pra você ser minha pra sempre, pra gente ter ficado junto pra sempre, a gente prometeu, não te culpo, nós dois quebramos a promessa. Sinto falta das duas frescuras, sinto falta de tentar achar presente pra você e ficar com medo de você não gostar, como é difícil, você já tem tudo o que quer! Sinto falta de dormir com você, ai, como é bom te prensar com uma perna, de te fazer cócegas até me dar tapas porque quer dormir, de te abraçar pela cintura, de mexer no seu cabelo. Eu sinto a sua falta, garota. Eu te amo demais e o resto você só ouve as minhas músicas porque todas elas foram pra você, essa promessa permaneceu, lembra?
~Seu POV~
Tive uma sensação estranha hoje à tarde. Vi um quarto branco, não tinha ninguém, fiquei um pouco tonta, não sentia nada do pescoço pra baixo, pisquei algumas vezes, senti um sono danado e então dormi de novo. Talvez eu estivesse sonhando.
Acordei quando senti dedos quentes tocarem as minhas mãos. Era ele, reconheci a voz dele. Quando ele pareceu terminar de falar, escorria uma lágrima pelo canto do meu olho esquerdo.
- (SeuApelido)? -ele perguntou.
- Sua fé foi grande, e eu nem sei o que é isso. Cody, eu acordei e você não vai ir embora.
- V-v-v-v...você ouviu tudo?
- Cada vírgula.
- Eu me odeio. -ele disse.
- Eu não.
- Então por que a gente tá com essa frescura toda?
- Sua mão tá suando. -eu disse e ele soltou minha mão- Você tá vermelho.
- Meu rosto tá ardendo.
- Você tá com vergonha. -sorri.
- Claro que não.
- Você mesmo disse que não queria que eu escutasse. Eu só tava dormindo.
- Eu tenho que ir.
- Fala tudo isso e agora que eu acordei vai ir? Fica.
~POV Cody~
Não fala esse "fica" com essa voz, não fala! Não aguentei, parei e voltei a olhar pra ela.
- Eu quero sair daqui. -ela disse.
- Começou. -olhei pro teto.
- O que?
- Sua teimosia, não tá vendo que você tá com um curativo enorme na barriga?
- Eu tô?
- Está e não queira ver.
- Por que? -fiz uma pausa e ele não respondeu, na verdade, atropelei a fala dele- Cody, cadê o Joel?
- Você sabia de tudo aquilo? ALIÁS, VOCÊ É LOUCA DE PEDIR PRO MIKE ATIRAR?!
- Louca de ainda gostar de você! -ela disse numa tentativa falhada de aumentar a voz- Uma hora é todo lindo e depois já fica com raiva.
- E o problema é de quem?
Ela ficou quieta e eu sai do quarto.
~Seu POV~
Cody saiu do quarto, meus pais entraram. Quanta falsidade, até me abraçaram!
(...)
Voltei para casa algumas horas depois, tenho que ficar em repouso absoluto.
Ouvi lá de fora Math falar com alguém:
- Minha irmã está no quarto?
E depois ele entrou.
- Te dou licença. -disse olhando para a tela do celular.
Ele pulou em cima de mim me abraçando.
- Você sabe que é uma vacona!
- Eu também senti sua falta! Mas eu tô com um furo costurado na barriga e você tá me machucando! -ri leve.
- Não! Dá a sua risada de doida.
- Não posso fazer mais força que isso e eu tô muito cansada.
- Então vou deixar você dormir -ele fez uma pausa- e dessa vez eu prometo e aí eu volto aqui, vou ficar lá em baixo com todo mundo.
- Tá, obrigada. Eu só vou tomar banho primeiro.
- Quer ajuda?
- Não sei, eu tô com medo de tirar esse curativo.
- Vem aqui. -ele disse.
Tirei a blusa e fiquei lá em pé só de shorts e sutiã enquanto ele estava na cama sentado tomando o maior cuidado pra tirar o curativo enorme da minha barriga.
- Eu aconselho você a não olhar. -ele disse depois de tirar.
- Tá, vou confiar. E como eu vou passar a mão pra lavar?
- Deixa só cair água.
Tomei banho numa boa e depois meu irmão fez outro curativo pra mim, vesti um pijama e deitei.
(...)
Quando acordei já eram 19 horas. Coloquei um sorts jeans, uma blusa cinza soltinha, penteei o cabelo com os dedos e desci descalça.
- Menina, você pode andar?! -perguntou Math.
- Acho que sim. -respondi.
- Finalmente! -disse Alli.
- Desculpa, eu tava mesmo cansada e com saudade de dormir na minha cama.
- Eu também tô com saudade de dormir na sua cama e não fico falando. -disse Cody sem desviar os olhos do celular enquanto eu estava parada na escada.
- Quando é que vocês vão parar de frescura e ficar juntos de novo? -perguntou Alli.
- Quando você e o Math pararem. -respondeu Cody.
- Ou seja, nunca. -eu disse.
- Ainda bem que você voltou, Math já ia surtar. -disse Ruby.
- Ia, mas eu já pedi desculpas pra vocês. -disse Math.
- Mas por falar em ficar junto, e o Mike? -perguntei.
- Já está em decomposição e eu não vou falar que sinto muito. -disse Joel- Agora vamos mudar de assunto.
- É-é verdade. -eu disse e Joel me lançou um olhar...
Terminei de descer as escadas e olhei pra ele, acho que entendeu que eu queria, precisava, necessitava falar com ele.
Math me puxou e eu sentei no colo dele. Ele estava todo jogado em uma das poltronas e eu também sentei jogada, ele abraçou minha cintura com cuidado e eu tirei o celular do bolso.
- Espero que agora o Math se torne suportável. -disse Cody.
- Por que você não ensina ele? Opa, esqueci que é você. -eu disse e ri irônica.
- Pra quem tá com um furo na barriga, você tá muito abusada. -disse Josh.
- E pra... -comecei mas Math colocou a mão na minha boca, depois me virou como um bebê, eu fiquei deitada em seu colo e ele começou a falar coisas que me faziam rir no meu ouvido.
- Um minuto de silêncio pro irmão que eu nunca vou ter. -disse Alli passando o dedo no rosto como se fosse uma lágrima.
- Você quer ele como namorado que a gente sabe. -disse Cambo.
- Eu não sou assim porque...não sei porque. -disse Cody ainda mexendo no celular.
- O que você tanto faz nesse celular? -perguntei.
- Cuidando da minha vida. -ele respondeu.
- Um minuto de festa pro namorado que eu nunca mais vou ter. -eu disse.
- (SeuNome) tá que tá, hein! -disse Ruby.
- Eu tô com atestado pra não ir pra escola por cinco dias. -eu disse feliz.
- Só precisa de um pra calar a boca. -disse Cody.
Me arrumei no colo do meu irmão, estiquei o braço e puxei o celular da mão de Cody.
- Fim de jogo, palhaço.
- Eu tava batendo o recorde!
- E de quem era o recorde?
- Meu. -Cody respondeu. Ficamos alguns segundos nos encarando e depois começamos a rir.
- Você fez ele rir! -disse Jake- Fazia uma semana que ele tava com cara de paisagem.
- Ele me ama. -disse zoando.
- NÃO BRINCA! -todos disseram.
- Vocês me dão fome. -eu disse levantando- Fiquei muito tempo me alimentando por fios, emagreci 3 quilos naquele lugar.
- Sem fazer nada. -disse Ruby- Que sonho.
Fomos para a cozinha.
- Ah, já falei o que pedi pra diretora? -perguntou Math.
- Lá vem. -eu disse.
- Uma festa na escola. -ele respondeu.
- Tá brincando. E ela? -perguntou Cody.
- Deixou, ela cumpre o que promete. -disse Math olhando para o Cambo.
(...)
Mais tarde, vesti um pijama e fui pro quarto do Math.
- Hoje a sua noite é comigo e com nenhuma outra vadia. -eu disse e fechei a porta- Não me olha com essa cara, segundo o Josh, eu tô com um furo na barriga e sou sua irmã, palhaço.
- Ah. -ele disse triste.
- Math! -joguei um tênis dele que estava jogado na barriga dele.
- Vem aqui. -ele bateu a mão na cama de casal dele.
Deitei ao seu lado e ele ficou falando de como foi sem mim, fiquei com tanto sono que enquanto ele ainda falava, eu acabei adormecendo.
No outro dia acordei com um braço tatuado e forte em cima de mim, comecei a dar socos pra ver se ele tirava.
- AI, POR QUE TÁ ME SOCANDO?! -Math acordou.
- SEU BRAÇO TÁ EM CIMA DO MEU PEITO!
- Desculpa. -ele disse tirando lentamente a mão e ainda apertou. Dei um soco no saco dele- Se for pra me acordar desse jeito... -ele disse recuperando o ar- não dorme mais comigo.
- Bom dia. -sorri e levantei- Eu vou tomar banho. -o puxei.
Tirando que eu não posso abaixar, fazer força na barriga e tomar cuidado com os pontos posso tomar banho sozinha, então ele vai me ajudar pelo tempo que precisar.
Descemos para tomar café, acho que só eu nessa casa que trato as empregadas bem. A campainha tocou.
- Eu atendo. -eu disse.
- Tem mil pessoas pra atender. -disse Math.
- Eu atendo. -repeti e levantei.
Quando abri a porta não era Cody nem Alli, Josh, Jake, Cambo, Ruby ou Joel.
- O que você tá fazendo aqui? -perguntei e meu queixo foi ao chão.
CONTINUA? MENINAS, OBRIGADA PELOS COMENTÁRIOS DO ANTERIOR, ASSIM QUE EU GOSTO DE VER <3 Decidi que vou continuar postando aqui porque a maioria ganhou e sobre o comentário anônimo, me passou mil pessoas na cabeça! Soph? Gi? ME FALEEEEM quem é!
E AÍ, ESTÃO GOSTANDO?
serio mesmo que você não sabe quem é ?