Capítulo 265 - EXPLOSÃO
(...)

~SEU POV~

- Eu espero que você tenha... Aliás, que o Cody tenha uma boa explicação pra isso. -ele virou com o meu diário em mãos. A raiva em seu rosto era visível, meu irmão não era assim, o medo percorreu meu corpo só de sentir seu olhar pesando sobre mim, ele citou Cody e se já está assim comigo, imagine o que vai fazer com ele.

 Me aproximei dele e tirei o diário de suas mãos. 

- MATH! SOLTA ISSO, NÃO É DA SUA CONTA!

- Eu li tudo em uma noite, tirei foto de todas as páginas e já contei para as meninas e os meninos.

- POR QUE VOCÊ FEZ ISSO? -gritei chorando.

- Eu entrei todas esses dias no seu quarto enquanto você dormia. Eu não te fiz nada e você me tratava mal, eu vi as marcas no seu corpo.

- Math... -disse ainda chorando.

- Por que você não contou que ficou viciada em cocaína por causa dele? Por que você tá defendendo ele? 

- Para de me fazer perguntas.

Ele se aproximou e gritou:

- ME RESPONDE! É TUDO VERDADE? -ele perguntou e comecei a chorar mais- Desculpa, eu não queria ter gritado. Eu já volto. -ele disse saindo rapidamente mas segurei em seu braço. 

- Onde você vai?! -perguntei desesperada.

- Eu vou atrás do Cody. -ele disse o nome com nojo.

- NÃO! MATH! 

- Você não tem nada a ver com isso. -ele me empurrou e saiu furioso. 

  Sentei na cama e coloquei o rosto entre as mãos em prantos. Cinco minutos depois pensei em que meu irmão poderia fazer.
  Sai correndo até a casa de Cody e as meninas estavam na sala sentadas no sofá assistindo tv. 

- Cadê o Math e o Cody? -perguntei.

  Elas me ignoraram e eu entrei na frente delas.

- ME RESPONDAM! -gritei.

- Estão lá em cima, não tem ninguém em casa e eles estão conversando com o Cody. -disse Ruby.

- Mas você sabe que não vão só conversar, eles vão acabar com ele. Estão no quarto de hóspedes. -completou Alli. 

  Subi correndo mas nos primeiros degraus elas me seguraram, comecei a me debater e então elas me soltaram.

- Você sabe que ele merece e você sabe que mentiu pra gente.

- ALLI, ELE É SEU IRMÃO! -gritei.

- Mas ele tá errado. -Alli respondeu.

- E como vocês têm coragem de dizer que eu menti? -perguntei deixando mais lágrimas escorrerem- Eu não podia contar pra ninguém porque eu sabia que isso que tá acontecendo lá em cima ia acontecer e eu não quero que machuquem ele! Ninguém tem que se intrometer! Eu pensei que eu tinha amigas.

- Você tem. -disse Ruby.

- (SeuApelido), você tá sem maquiagem, a gente tá vendo seu rosto, seu pescoço, seus braços, eu sei que você sabe sobre a doença dele mas isso não justifica. -disse Alli. 

- Por favor, não deixem eles fazerem nada com o Cody, o Math saiu de casa... -chorei mais ainda.

- O seu irmão faz tudo pra te proteger. -disse Alli.

- Mas, Alli!

- Não tem o que discutir. -disse Ruby pegando o celular- Você lembra disso? "Eu nunca vi ele desse jeito, quando ele agarrou meu pescoço me faltou ar, eu pensei que ia morrer e agora tá doendo muito, se eu pudesse...".

- Ruby, para, eu sei o que eu escrevi. -eu disse- Não deixem ninguém ver isso e...

- O Math postou no twitter. -disse Alli.

- O QUE?!

Subi correndo e fiquei batendo na porta do quarto de hóspedes. Não estava nada quieto mas quando falei que era eu, Joel perguntou:

- O que você quer?

- Deixem ele em paz! Por favor! -dava pra perceber que eu estava chorando pela minha voz.

- Por que a gente faria isso? -perguntou Jake.

- Porque ele é amigo de vocês! -gritei e bati na porta.

- Ele era. -ouvi Cambo dizer.

- Por mim... -pedi- Math...

~POV MATH (SEUSOBRENOME)~

Não, ela não pode fazer isso comigo. Ouvir seu desespero me faz ficar fraco, ouvir sua voz me deixa fraco, ficar perto dela, perceber que está chorando. Mas dessa vez não, Cody Simpson machucou ela e isso não vai ficar assim.
Preferi não responder.

- (SeuNome), vai embora. -ouvi Cody dizer.

- CALA A BOCA! -ouvi Math gritar com raiva e também um barulho de soco.

- Me solta... Me tira daqui... -ouvi Cody dizer fraco.

- Math, para por favor... -bati mais na porta.

Ninguém respondeu.

- JOEL, VOCÊ! -gritei- ABRE ESSA PORTA SENÃO EU VOU CONTAR TUDO!

- (SeuNome)... -ouvi Cody dizer- Eu disse a mesma coisa mas ele não liga.

- Eu não vou sair daqui. -encostei na porta e deslizei até cair no chão- Eu não vou perdoar vocês.

- (SeuNome), sai daí... -Ruby me estendeu a mão após subir a escada.

Pra falar a verdade, eu resisti mas elas me arrastaram até o jardim.
Foi angustiante, eu não consigo nem imaginar o que meu irmão pode fazer em um momento de raiva e ainda mais que...

- GENTE, O JOSH TÁ LÁ DENTRO? -perguntei. Elas ficaram me olhando- NÃO! NÃO! NÃO! NÃO! -disse mas elas me seguraram.

- (SEUNOME), PARA! -gritou Alli.

- Ele tá completamente errado e é contra a gente que você está? -Ruby perguntou indignada- Já ouviu aquilo que você deve amar mais os amigos do que o namorado?

- Já ouviu aquela história de que se você tem um namorado, não pegue o da sua amiga? -olhei para Alli. As duas me olharam com raiva.

Passaram-se umas duas horas e vi os meninos passarem em fila indo embora. Math estava com as mãos nos bolsos mas quando as tirou, as vi roxas. Talvez de tanto socar a cara de alguém. 
Entrei correndo na casa e vi Cody caído no chão no quarto de hóspedes, abaixei e o virei.

- Ai, meu Deus! Cody! Cody! -dei tapinhas em seu rosto que estava coberto de sangue- Cody... -novamente voltei a chorar. Peguei meu celular e liguei pra ambulância- Eu odeio todos eles.

(...)

Tive que contar aos pais dele. Acredita que Brad achou que os meninos fizeram certo? E mesmo Angie sendo mãe concordou em parte, eu não acredito nisso! Eles foram tomar um ar lá fora e eu fiquei sentada ali esperando na recepção.

- Vem, a gente vai embora você querendo ou não. Não vai ficar esperando vagabundo nenhum que não te merece. -ouvi Math dizer me puxando pelo braço.

- Não. Toca. Em. Mim. -disse pausadamente sem olhar para seu rosto.

Eu não podia e nem vou se quer dirigir a palavra a ele, Cody acabou de ser internado de tanto que apanhou e a culpa é inteiramente do meu irm... Do Matthew.
Ele me soltou e começou a falar um monte, apenas ignorei até perder a paciência. Levantei.

- AINDA NÃO ENTENDEU QUE VOCÊ NÃO EXISTE MAIS PRA MIM? -gritei olhando para cima, olhando em seus olhos e reparei que muitas pessoas me olharam.

- Você sabe muito bem que eu e todos os meninos fizemos isso com ele porque...

- PORQUE SÃO IDIOTAS!

- Porque gostamos de você. -ele disse.

- Fala pra eles e... pra você mesmo que eu não preciso de nenhum de vocês.

- Não fala isso. -ele disse triste. Voltei a me sentar ignorando-o.

Matthew foi embora e eu fiquei esperando com os pais de Cody.
Quando o médico saiu e disse tudo tentei conter as lágrimas, como assim vai ficar em observação constante? Como assim ainda não acordou? Eu não acredito que bateram tanto assim nele!
Os pais dele me levaram pra casa e todos estavam na sala.
Eles me chamaram e falaram algumas coisas que preferi ignorar.

- (SeuApelido), para! -Math me puxou pelo braço enquanto eu estava no primeiro degrau.

- NÃO ENCOSTA EM MIM! -gritei. Aliás, não gritei, berrei.

- Não grita comigo!

- SE EU PUDESSE, EU BATERIA EM VOCÊ!

- Bate. -ele deu tapinhas no próprio rosto.

Acho que foi a raiva dentro de mim que me fez fazer o que fiz. Dei uma joelhada em suas partes baixas com toda força, ele se inclinou e ficou sem ar. Chutei de novo e fiquei em cima dele quando caiu no chão. Distribuí vários tapas e arranhões em seu rosto mas ele segurou minhas mãos.

- TÁ LOUCA?

- AINDA NÃO, MATTHEW! -gritei e ele me soltou.

- Você pensa que dói. -ele deu uma risadinha e soltou meus pulsos.

- Você não tinha me ensinado que pra dar um soco em alguém tem que ser com esse osso aqui? -olhei para minha mão fechada e com toda força dei na cara dele. Sorri ao ver uma gotinha de sangue em seu lábio.

Jake me tirou de cima dele e eu fiquei muito irritada. Subi para o meu quarto e chorei a noite inteira.
Resolvi me levantar, lavei o rosto e desci prontíssima para ouvir meus pais me darem  a maior bronca e falar mais mal ainda do Cody.

- Bom dia, filha. Senta aqui. -disse minha mãe no sofá quando estava no meio da escada.

- Mãe, eu já sei, tá?

- Não, (SeuNome), senta aqui. -disse meu pai autoritário.

Sentei ao lado deles.

- Assim que esse menino ficar bom, se ele ficar, você vai terminar com ele. -disse minha mãe.

- Não fala assim! -eu disse.

- Mamãe, o que acontexeu com a (SeuApelido)? -perguntou Justin correndo pela casa como sempre. Parou ao meu lado- Por que voxê tá toda maçucada? Aquela menina da escola que não gota de voxê te bateu?

- Justin, vá pra sala de jantar, já estamos indo. -disse nossa mãe.

- De novo voxês vão falar que não é da minha conta porque eu xou pequeno! -ele cruzou os bracinhos e saiu batendo o pé.

- Eu não vou terminar com ele. Na verdade eu não sei e isso não é da conta de vocês. -disse para meus pais.

- Vai sim e fim de papo. -disse meu pai.

- Não vou.

- Vai e para de discutir. -disse minha mãe.

- Eu não posso. -olhei pra baixo.

- Por que não? Para de graça. -disse minha mãe.

- Eu vou me atrasar pra escola. -disse saindo. Fui para a sala de jantar e todos tomaram café em silêncio. Por algum motivo não pararam de olhar pra mim.

- Não vai comer? -perguntou Peter.

- Tô fazendo greve. -respondi.

- Por que vocês tinham que ter uma filha menina? -perguntou Jeremy.

- Têm duas. -disse Heather. 

- Desde quando você fala? -perguntou Peter virando para ela que estava sentada na cadeirinha ao lado de Brandon.

- Aaah! -ela deu um gritinho com aquele sorriso ainda sem dentes.

- Essa greve vai durar até quando? -perguntou Math mas não respondi. Sei que ele se morde por dentro quando faço isso. 

- Essa greve vai durar até quando? -perguntou Peter.

- Até quando eu quiser. -levantei da mesa e ouvi Matthew perguntar "O que?" revoltado. Devia estar se perguntando porque eu tô falando com Peter e com ele não. 

Tomei banho e me vesti com o uniforme da escola. Desci, peguei as chaves do carro e fui para o hospital.
Me deixaram entrar no quarto e Cody estava com curativos, o braço direito engessado e o rosto todo roxo e inchado. Fiquei parada ao vê-lo desse jeito e apenas senti lágrimas cortarem meu rosto. 
Me aproximei e toquei sua mão.

- Cody, como você tá? -perguntei mesmo sabendo que ele não responderia- Você pode não ter amigos, eu sei. Mas você tem a mim. Chega pra lá. -falei me deitando ao seu lado. Ele nem de moveu mas a sua cama era na verdade suficiente para duas pessoas. 

Acabei adormecendo já que não fechei os olhos a noite toda. Ao lado dele eu me sentia segura apesar de tudo. Pousei com cuidado minha mão sobre sua barriga e assim fiquei. 

~POV NARRADORA~

A enfermeira entrou na sala para conferir se os tubos e tudo estava certo com Cody. Estranhou a cena da menina mas não viu problema e então os deixou assim.

~SEU POV~

Fiquei muito tempo aqui, quando percebi já eram 15 horas. Olhei meu celular e haviam várias ligações do Matthew. Bloqueei o número dele. 

- Você não pode mais ficar aqui, menina. -disse a enfermeira quando entrou.

- Tudo bem, eu vou sair. Quando posso voltar?

- Quando você quiser. -ela sorriu- Mas agora precisamos ficar com ele, trocar os curativos e ele ainda está se alimentando por...

- Tubos, é, eu sei. -levantei- Qual foi a pior coisa que aconteceu com ele?

- Traumatismo craniano. -ela disse e eu abri a boca- Mas não é muito grave até agora. Não foi como um acidente de carro, foi uma pancada forte na cabeça. 

Sai do quarto e fui andando pelos corredores chorando quando sinto alguém segurando em meus ombros me fazendo parar.

- Joel? -perguntei. 

- Você perdeu a aula, o treino, o que pensa que tá fazendo?! -ele perguntou gritando. Fechei os olhos e molhei os lábios. 

- O que você... pensa que tá fazendo? 

- Desculpa. -ele me soltou e se afastou.

- Desculpa? Desculpa não adianta! Como é que vocês acham que vão consertar isso?

- Ninguém quer consertar nada.

- Vocês queriam matar ele? -perguntei travando em cada palavra.

- Por mim eu faria. Você sabe que tanto faz.

- Não fala assim. -as lágrimas escorreram.

- Você tem razão, seria melhor que ele sofresse igual fez você sofrer. Poderia ser torturado igual as prostitutas da...

- Cala a boca.

- Não me manda calar a boca. Você sabe que tem que escolher um lado agora. 

- Eu tô do lado dele e é bom você avisar todo mundo, nenhum de vocês existe mais pra mim.

- Como? 

- ... -engoli. 

- Você não pode... -ele levantou as mãos para tocar meu rosto.

- Joel, não! -segurei suas mãos e o fiz abaixar. Saí de lá andando em passos largos.

Sentei no banco que ficava na frente do hospital. Pensei no quanto estou sozinha agora, meus "amigos" me abandonaram. Meu celular começou a tocar, era Justin, ele havia ligado umas cem vezes mas não tive coragem de atender.

- Meu Deus do céu, e agora? -abracei os joelhos.

- Oi... -ouvi uma voz dizer. Eu não acredito, eu reconheci essa voz! Olhei para o lado.

- Lucas? O que você tá fazendo aqui? A sua namorada tá grávida e ela não gosta de mim...

- Se acalma! Ela tá dormindo. -ele sorriu. Por que ele me lembra tanto o Mike? Ah, é, eles são irmãos. Que bobagem.

Sorri só de ver o sorriso dele.

- O que tá fazendo aqui? -perguntei.

- Eu vim te pedir desculpas.

- Como assim? Pelo que?

- Eu confirmei pra eles que já sabia que o Cody te batia.

- Não esquenta com isso. Você não fez nada, eles fizeram.

- Você só tá falando com o seu irmão? 

- Nem com ele.

- Como assim? N-não! Vocês nunca se separaram.

- Sempre tem uma primeira vez. -olhei pra baixo.

- Mas ele é seu irmão. Você mesmo o chamava de "melhor irmão".

Olhei para a rua onde os carros passavam e pensei bem antes de falar.

- Você também não se dava bem com o seu irmão. -disse e Lucas ficou quieto, fez o mesmo sobre olhar a rua e virou-se para mim com um olhar triste.

- Hoje faz um mês que ele morreu.

- Eu sei. -meu coração palpitou.

- Você sente falta? -ele me olhou confuso.

- Sei lá. Acho que sim, era bom ficar com ele, sei lá.

- Você fazia ele ser bom. Às vezes. -ele riu fraco.

- É, mas eu não me sinto uma pessoa boa. Tô sempre magoando todo mundo.

- Você nunca me magoou.

- Talvez você seja o único. -olhei para baixo mexendo nas unhas.

- Não, você é uma boa pessoa.

- Fala sério, por que você tá aqui? Dizer mentiras é feio. -ri de leve- Eu não sou uma pessoa boa e ainda por cima tô me sentindo horrível tanto por dentro quanto por fora.

- Eu posso... te fazer um elogio mas ao mesmo tempo não sei se vai ser um. -ele riu.

- Pode. -ri e me virei para olhá-lo.

- Você é mais bonita por fora do que por dentro. -ele apertou os lábios, talvez segurando a risada- Mas não, não, não, não tô falando que você também não seja por dentro.

Soltei uma risadinha.

- Obrigada. -disse e ele ficou me olhando. Fiquei até sem graça um pouco- Lucas?

- O que?

- Você ainda...? Não, né?

- Não! Não, não, não, eu só... sei lá, viajei um pouco. Eu gosto da Abby, é sério.

- Me dá até nojo ouvir isso.

- Viu? Por isso falei que você é mais bonita por fora, é feio sentir nojo das pessoas.

- Abby Keep é o tipo de pessoa que merece.

- Não, nem ela merece.

- Você tem razão, desculpa. Como ela tá?

- Bem. Só agora que comecei a conseguir lidar com ela de verdade.

- Que bom. -sorri.

Ficamos em silêncio por um tempo olhando o movimento, que não era muito. Passei a mão no rosto e senti minhas olheiras fundas.

- Nossa... -disse a mim mesma.

- Que foi?

- Nunca fiquei com tanta olheira assim, você ainda disse que eu tô bonita. Lucas, você tá enxergando? 

- Perfeitamente. -ele sorriu. 

Apoiei a cabeça em seu ombro e ele me abraçou.

- Eu tô aqui, tá?

- Obrigada. -respondi e abracei sua cintura.

- Abby e eu apostamos. -ele disse. Sabia que era para me distrair, vamos ver se ele consegue.

- O que? 

- Se vai ser menino ou menina.

- Ainda não sabem?

- Não. 

- Vai ser menina, é claro. -eu disse.

- Que que é? Tá do lado dela? -ele me soltou me olhando com uma cara engraçada. 

- Estranho mas... sim! -ri.

- Eu não faço nem ideia de como vamos fazer pra cuidar dele e ainda fazer o último ano.

- Vai dar tudo certo. Os pais dela...?

- É, até agora não querem nem olhar pra cara dela, mas pagam o apartamento em que a gente tá ficando e mandam dinheiro.

- Uma babá.

- Você acha? Vai sobrar pra mim, eu vou ter que trabalhar.

- Eu falaria o mesmo que você. "Eu tô aqui" mas eu não sei nem cuidar de mim mesma.

Ele riu.

- Eu sei disso.

- Ei! -dei um tapa em seu braço.

- E não é verdade?

- Lucas...

- O que? Não gostou da piadinha?

- Não é isso. -fiquei séria- E seus pais?

- Não sei e não quero saber.

- Mas eles sabem que você vai ter um filho?

- Não. Não sei nem o que estão fazendo e nem sei se continuam em Londres.

- Você deveria ligar.

- Eu não. 

- Para de ser orgulhoso, perdoa eles por mais que sejam eles que precisem se desculpar.

- Eu vou pensar, não quero falar disso agora.

- Tudo b... -o celular dele começou a tocar.

- Que cê quer, mulher? -ele atendeu. Dei risada da intimidade deles.

- Achei um nome! Jade!

- Jade? É nome de mulher.

- Por isso mesmo. -ouvi Abby bufar. Digamos que ouvi toda conversa porque ele estava ao meu lado- Aliás, onde você tá? 

- No hospital.

- Hã?

- Por causa do Cody. 

- Lucas, se você falasse que é um et, eu acreditaria melhor do que você dizer que está aí pelo Cody.

Dessa vez eu ri muito. 

- Eu tô com a (SeuNome). -ele disse meio sério. 

- Ah, tudo bem, -ela fez uma pausa- só por causa da situação. Manda um "oi" pra ela.

- Oi, Abby. -eu disse e se fosse no cotidiano, teria revirado os olhos mas não foi o caso.

- Eu gosto de Jade, eu precisava te ligar pra não esquecer. -disse Abby.

- Você poderia escrever. -disse Lucas.

- Que? Eu nem levantei ainda, meu bem.

- Até a hora de te dar vontade de fazer xixi.

- Para! Coisa chata! -Abby reclamou- É sério, amor, volta antes das 18 porque eu tenho consulta de novo e na última o médico disse que já ia dar pra saber o sexo do bebê. 

- Eu tô no hospital que você faz as consultas. 

- Mas você vai vir me buscar.

Lucas bufou.

- Claro que vou. -ele disse- Mas não sei pra quê se vai ser menino.

- Você me cansa, tchau. -ela disse e desligou. 

- Que fofos. -olhei pra baixo.

- Pois é.

- Ela até te chamou de "amor", acho que ela também gosta de você. Quem diria que vocês dois iriam ficar juntos?!

- Verdade. -ele concordou- Mas não é a gente que sabe das coisas, né?

- Você tem razão.

- Ah, tudo bem, só por causa da situação. Manda um "oi" pra ela.

- Oi, Abby. -eu disse e se fosse no cotidiano, teria revirado os olhos mas não foi o caso.

- Eu gosto de Jade, eu precisava te ligar pra não esquecer. -disse Abby.

- Você poderia escrever. -disse Lucas.

- Que? Eu nem levantei ainda, meu bem.

- Até a hora de te dar vontade de fazer xixi.

- Para! Coisa chata! -Abby reclamou- É sério, amor, volta antes das 18 porque eu tenho consulta de novo e na última o médico disse que já ia dar pra saber o sexo do bebê.

- Eu tô no hospital que você faz as consultas.

- Mas você vai vir me buscar.

Lucas bufou.

- Claro que vou. -ele disse- Mas não sei pra quê se vai ser menino.

- Você me cansa, tchau. -ela disse e desligou.

- Que fofos. -olhei pra baixo.

- Pois é.

- Ela até te chamou de "amor", acho que ela também gosta de você. Quem diria que vocês dois iriam ficar juntos?!

- Verdade. -ele concordou- Mas não é a gente que sabe das coisas, né?

- Você tem razão.

(...)


De noite voltei para casa, entrei batendo a porta da sala. Matthew estava lá mas preferi fingir que não estava.

- Se você continuar com essa palhaçada, eu conto pra mamãe que você não foi pra escola hoje. -ele disse.

Pousei as chaves do carro na estante e segui subindo a escada, ouvi ele rosnar de raiva.
Tomei um bom banho e me troquei:
Estava de greve, não comi nada o dia inteiro mas confesso que não aguentei. Peguei dinheiro, celular e as chaves do carro e sai pra comer em qualquer lugar.
Parei em uma dessas lanchonetes que são vazias e depois de fazer o pedido fui voltando para a mesa.

- Calma. -ouvi uma voz masculina dizer na minha frente depois de ter topado com ele- Você também vem em lugares vazios pra ninguém te ver?

- Sai da minha frente, Justin. Por que você não me ligou depois do que aconteceu? Você vivia me ligando.

- Porque pensei que você não queria falar comigo já que eu apoio totalmente o que seus amigos fizeram.

- Eles não são meus amigos e depois de ouvir isso de ti, você também não é. -disse desviando dele mas ele segurou meu braço.

- Nem tão depressa, gata. Não acha que se meio mundo concorda e só você discorda o erro tá em você?

- Eu não quero me fazer de vítima igual você sempre faz mas olha o meu estado, a minha situação e você ainda vem me falar que eu tô errada? -puxei meu braço e os cruzei.

- Sim.

- Ótimo. -respondi.

- Já viu com quantos seguidores ele tá no twitter? -Justin riu- De 7, ele foi pra 3 milhões.

- Nossa, que engraçado. -disse saindo e me sentei. Ele sentou na minha mesa que eu, na minha frente. Bufei.

- Desculpa. Mas olha só pra você. -Justin abaixou o tom de voz- Sei que você não tem marcas só no seu corpo físico por causa dele igual eu tô vendo, (SeuNome), você pode até gostar do Cody mas não pode admitir que ele faça isso com você! Eu sou a pior pessoa do mundo mas jamais faria isso com uma garota.

- Quantas vezes vou ter que dizer que não é da sua conta?! -levantei batendo as mãos na mesa, me inclinei cada vez mais para ele pra ver se calava a boca ou ficava intimidado- A vida é minha e você não tem que ficar se intrometendo!

- E se você quiser me beijar, é só falar, seus pais iriam adorar. -ele disse direcionando o olhar para meus lábios.

Odeio esse jeito debochado dele, voltei a me sentar.

- Eu iria odiar. -eu disse- E pode ir sentar em outra mesa, vamos admitir que nossa amizade nunca vai dar certo.

- Você que dificulta as coisas, não eu.

- Você que se mete na minha vida.

- Aw, e você vai fazer o que? Chorar? -ele perguntou debochado.

Tirei do bolso cem dólares e deixei sobre a mesa. Sai correndo daquele lugar antes que ele pudesse me ver chorando, Justin sabia que eu não estava bem e ainda ficou brincando. Lá fora havia o carro dele e mais um preto junto com seus seguranças e guarda costas.

- (SEUNOME), ESPERA! DESCULPA, EU NÃO QUERIA FALAR ISSO! -ouvi Justin gritar já na rua. Ouvi também seus seguranças o segurando avisando que haviam fotógrafos e fãs pelo redor, ele gritou um palavrão e os ignorou.

Estava perto da praia, continuei correndo e cheguei na areia. Parei e comecei a chorar descontroladamente.
Senti alguém me abraçar por trás e claro, Justin. Ele me abraçou de uma forma a prender meus braços ao meu corpo.

- Desculpa, eu sou um idiota. -ele sussurrou.

- Eu sei. -respondi no mesmo tom.

- Desculpa, desculpa, desculpa. -ele me virou fazendo ficar de frente para ele e me abraçou forte. Justin não chegava a ser tão alto como Cody então consegui encostar o rosto em seu ombro e encharcar o mesmo com minhas lágrimas.

Já havia uma pequena movimentação de pessoas, os guarda costas e seguranças dele formaram uma barreira humana em volta de nós. Ouvi meninas gritarem pelo nome dele e aquela agitação toda mas por um momento era só eu e ele, me senti segura ali, vai ver se Cambo, Jake, Josh ou Joel já me deram um abraço assim, um abraço em que mesmo sem a pessoa precisar dizer algo você sentia que a pessoa queria dizer "tamo junto, eu sou seu amigo".
Justin me soltou e passou os dedos em meu rosto segurando o mesmo e limpando minhas lágrimas, lá estava ele tentando enxugar minhas tristezas.

- Eu tenho medo de ele nunca mais sair daquele hospital.

- Ele vai sair. Tudo vai mudar. -ele disse lentamente- Só espera e acalma seu coração.

- Justin? Onde foi que você ouviu isso? Eu já ouvi a mesma coi...

- Aquele dia na igreja. -ele abriu um meio sorriso.

- Obrigada. -assenti com a cabeça.

Depois de tudo voltei pra casa mais tranquila. Na rua ouvi uma briga entre Jake e Matthew. Que nível, na rua.

- Volta pra SUA namorada. -disse Matthew.

- VOCÊ SABE QUE EU TERMINEI COM ELA E TAMBÉM SABE O MOTIVO! -Jake respondeu.

- PORQUE VOCÊ GOSTA DA ALLI, MAS QUER SABER? Desiste. -Matthew se aproximou.

- Desistir? É questão de tempo ela saber de tudo, de todas as traições.

- Que medinho. -Matthew olhou rapidamente para Jake dos pés à cabeça.

- Eu sei que você tá com ela pra me provocar.

Que ridículo, no meio de todo o negócio com Cody, eles estão discutindo pela Alli que é outra otária.

- Então vamos fazer assim, na estrada da linha do trem daqui meia hora. Prepara tua Bugatti, Thrupp. -disse Matthew.

- Que medinho. -Jake o imitou e saiu.

Desci do carro e entrei em casa. Todos estavam lá e novamente falaram "oi" e coisas do tipo mas eu ignorei. Matthew entrou em seguida.

- Alguém quer ver Jake perder o racha comigo? -perguntou ele.

- Opa! -disse Ruby- Tava precisando de alguma coisa pra animar minha noite. -ela levantou.

Todos se animaram, mas eu acabei subindo. Coloquei os fones de ouvido e fiquei tentando fazer o que Justin me disse, acalmar o coração.
Meu celular tocou 45 minutos depois, era Alli, atendi.

- O que você quer? -perguntei.

- (SEUNOME), EU SEI QUE VOCÊ NÃO TÁ FALANDO COMIGO NEM COM NINGUÉM DA GENTE MAS VOCÊ PRECISA VIR AQUI, É SÉRIO E...

Desliguei. Que sério o que! Me deitei e me cobri. Mas alguma coisa me incomodava, ficava lembrando da voz da Alli desesperada, me incomodou tanto que acabei pegando as chaves do carro e fui até a "estrada da linha do trem". Ela estava vazia mas ao longe avistei o Audi da Alli, o Camaro do Josh, a Lambo do Cambo, etc. Estacionei ao lado de seus carros e a estrada ficou fechada.
À uns 300 metros de distância vi a Bugatti preta de Jake e a Ferrari vermelha do meu irm... Matthew.
A linha do trem estava ali e todos já podíamos ouvir ele apitar.

- Não, não, não, eles não vão fazer isso! -falei.

- Nos pensamentos do Jake, ele quer matar o Math. -disse Ruby.

- E o Joel disse que... -Cambo começou.

- Vai acontecer. -completou Joel.

- QUE?! -gritei.

- MEU DEUS DO CÉU! -Alli berrou estourando os tímpanos de todos mas não foi só isso que estourou.

Eu não sei a quantos por hora esses dois estavam mas Matthew estava mais rápido, Jake atravessou o carro na estrada o fechando e essa batida doeu só de olhar. A Ferrari até diminuiu de comprimento e o carro de Jake ficou completamente amassado do lado esquerdo.

- ABAIXA! -Joel gritou e todos o fizeram fechando os olhos.

- MATH! -gritei.

Na hora eu não pensei, não, não pensei, corri em disparada.

- (SEUNOME), NÃO!!!! -Ruby gritou.

Enquanto corria ouvia Cambo, Josh, Alli, Ruby e Joel gritando desesperadamente "VOLTA! VOLTA! VOLTA!" e eles só pararam quando tudo foi pelos ares...

CONTINUA? Gente, comentaram sobre eu trazer um pouco da minha vida aqui pro imagine. Pois é, é verdade, me sinto em paz quando vou pra igreja e sim! Tem um pouco muito sobre a minha vida aqui. Voltem alguns capítulos, eram os capítulos mais "atormentados" porque era assim que eu me sentia, alguns personagens me inspirei de pessoas que convivem comigo mas CALMA QUE EU NÃO SAÍ COM NENHUM MIKE DA VIDA. Se vocês quiserem no último capítulo eu falo de tudo, dos personagens, das partes que aconteceram de verdade. ENFIM, ESTÃO GOSTANDO?
Sunday, 14 December 2014 @ postado Sunday, December 14, 2014
5 Comments:
At 14 December 2014 at 11:11 , Anonymous Anonymous said...
Estamoooos, mas omg, não pode morrer outra pessoa :c continuaaaaa 

At 14 December 2014 at 20:38 , Blogger Unknown said...
Math não! Naaaao. Mata o... Pai da principal, mas não mata o Math cara. Continua!  

At 14 December 2014 at 21:55 , Anonymous Anonymous said...
meeuuuuu deusss,continua logooo e pode falar da sua vida sim,pq,assim como o seu imagine, adoro tudo oq vc escreve !!!! 

At 15 December 2014 at 11:54 , Anonymous Anonymous said...
cara, eu não acredito que vc fez isso.
falo nada sobre esse ultimo comentário --'
você deve continuar agora mesmo ! se não eu vou morrer antes da fic acabar  

At 15 December 2014 at 13:35 , Blogger Beatriz Costa said...
continua logo eu não acredito que na melhor parte você para eu ainda vou te bombardeia com snap e mensagem no whats.
Não comentei ontem pq eu fiquei o dia todo fora mas eu li
Continua xoxo
@BeatrizSCosta_