Capítulo 208 - Unicorns Are Real ~ Sobrenatural
No capítulo anterior: Poxa, postei ontem, acho que vocês lembram. Tô com preguiça de ler pra resumir. Risos.



{...} Pude ouvir um "WHAT YOU DOING WITH HER CELLPHONE?!?!" Cody riu.

- Ela já vai. -disse ele e sorriu, vindo até a mim me dando o celular.

- Desnecessário. -eu disse- Alô?

- (SeuApelido), tudo bem?

- Tudo.

  Se fosse Cody quando namorávamos (e até mesmo agora) diria antes de "tudo bem?" "O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO AÍ COM ELE?".

- O que ele tava fazendo aí com você?

- Nada. Sabe, ele e meus amigos sempre andaram aqui em casa.

- Fala que é nossa segunda casa. -disse Jake.

- Você ouviu. -dei risada.

- Segunda? É quase primeira! Quando eu chego em casa minha mãe pergunta "tem casa não, menina?" -disse Ruby.

- Essa também. -eu ri.

- Sua risada. -Lucas riu de leve. Parecia ser a pessoa que mais gostava e queria ver meu riso.

- Para! -ri.

- Coisa melosa. -Cody disse e balançou a cabeça.

- Ele me irrita. -disse Lucas- Depois a gente se fala.

- IGUALMENTE! -Cody gritou e eu desliguei.

- Robert Simpson, não é só ele a quem você irrita. -eu disse lhe lançando um olhar...

- Eeeeenfim! -disse Ruby.

- "Grab somebody sexy tell'em..." -disse Josh.

- HEEY! -os meninos gritaram menos Cody.

- Give me ev... -ele continuou.

- Vocês têm que tipo de problema? -dei risada.

- Acabar com o clima ruim. -explicou Cambo.

  Levantei e Cody estava em pé, fiquei em sua frente e disse com nojo olhando para seu rosto:

- Enquanto ele estiver no mesmo lugar que eu, o clima vai ficar assim.

  A cena ficou boa porque neste momento a tv estava ligada num canal que estava passando "Airplane" da Hayley Willians com o B.O.B.

- Não preciso nem falar. -ele olhou pra baixo, pra mim.

- Até porque se eu ouvisse, ia te ignorar.

  Se estivéssemos sozinhos ele já estaria segurando e apertando meu braço.

- Que tal a gente ir numa balada hoje? -perguntou Sophie.

- Seria bom. -virei.

- Seria ótimo. -Cody respondeu duro e eu me virei de novo pra ele- Sai da minha frente, não gosto de matar formiga.

  Aquilo me deu nos nervos.

- Mas e a Nicole? Gente você gosta, né? -respondi.

  Eu não queria ter dito aquilo quando lembrei que Cambo estava lá. Soph me puxou e sentamos no sofá. Jake deu um tapinha no peito de Cody e eles sentaram no outro.

- Não vai adiantar. -eu disse e Cody logo me olhou- Eu declaro a Terceira Guerra.

- Austrália. -ele disse.

- Brasil. -respondi.

- Gente, tentem ser amigos. Por favor, mesmo depois do namoro, vários casais são assim. -disse Ruby.

  Um tempo depois, destranquei Alli e Math. Os dois estavam sentados na cama -com roupa- com cara de entediados.

- Eu não acredito. -quase ri.

- Continuo te odiando. -disse Alli.

(...) No outro dia depois da aula fui pra casa do Lucas. Estávamos no seu quarto. Eu havia ficado o dia inteiro com fones de ouvido. Encostei num móvel com gavetas ouvindo "Come And Get It" da Selena Gomez.

~POV Lucas~

 Falei pra ela subir e disse que já ia. Quando entrei no quarto, me joguei na cama e fiquei a observando na minha frente,com fones e olhos fechados cantando nem percebeu minha presença. Eu nunca sorri desse jeito a olhar pra uma menina.
  Quando abriu os olhos me viu.

- "When you ready come and get it". -ela cantou igual uma pessoa normal e não com a voz bonita que ela tem cantando. Ah, ainda fez uma dancinha pra mim dar risada. Bati na cama para que ela viesse. Ela me olhou com uma cara "eu que te chamei".

  Levantei e quase mordi o lábio, mas acho um pouco de desrespeito se fizesse. Você vê que a pessoa fica bonita até com o uniforme da escola. Isso sim é pessoa maravilhosa. Ela tirou os fones e pousou eles e o celular no móvel.

~Seu POV~

  Coloquei as mãos em sua nuca e ele na minha cintura.  Bom...quadril. Depois de um beijo calmo e por sinal muito bom, ele perguntou:

- Por que...Nós parecemos namorados? Eu já tenho até ciúmes de você. -ele riu.

- Verdade. -ri- Amizade colorida.

- Não curto. -ele me abraçou.

- ...

- Quer namorar comigo? -senti. SENTI ele sorrir.

- Sim. Oficialmente.

- É, agiamos como já, agora...

- Tá, e como vamos contar os meses?

- Não importa agora. -ele sorria. Me soltou e me deu um beijo.

- Tá bom, namorado. -ri e o empurrei de costas para a cama.

  Acabou caindo e eu por cima de seu corpo. A troca de beijos era um "constante lento". Suas mãos estavam inquietamente indo da cintura até o quadril. Inquietamente. Isso significa que ele com certeza queria descer mais. Eu, já gostava de mexer em seu cabelo que era liso e macio. Rolei pro lado e ele acabou ficando por cima. Ele começou a rir e terminou com beijos no pescoço e um selinho.

- Hoje eu que tô com sono. -ele disse.

- Eu tenho três horas.

- Por que?! Eles te querem só pra eles? -ele ficou revoltadinho.

- Você me quer só pra você?!

- É, namorada. -ele riu.

- Vamos dormir.

- Perder tempo com isso?

- Eu podia estar usando drogas,me vendendo... -nessa hora ele interrompeu:

- Podia. -deu risada e se ajeitou na cama com a barriga pra cima e os braços cruzados atrás do pescoço.

- Inútil. -disse deitando-me em seu braço e pousei a mão em sua barriga. Ele era alto. Alto e magro, tipo Mike, mas Mike era um pouco mais forte. Ah, também era fofo. Branquinho e ficava vermelho por tudo, corava com certa facilidade e seu tipo era frio. Não frio pessoa. De aparência. Também, Inglaterra...

  Acabamos dormindo, dormindo rápido. Dormimos por uma hora. Ainda tinhámos 1 e meia.

- Bom dia. -ele riu e disse.

- Bom dia,...E aqueles apelidos idiotas que namorados se chamam? -ri.

- Deixa quieto por enquanto. -riu.

- Ah, e...Vamos manter em segredo por enquanto.

- Por que? Tipo, de boa, só tô perguntando.

- Não. Não é por causa do Cody. Mas já pensou se cai na mídia que tô namorando com um Bentler? Se cai que estou namorando o irmão de um sequestrador, traficante e...o que quer que seja? Ainda mais, namorando o IRMÃO de um menino que já namorei? Essa parte mais pega mal se não contar pro lado "artístico". Não sei explicar.

- Não precisa lembrar que sou irmão dele. Não me orgulho do meu sobrenome também pelo fato de ele ter o mesmo.

- Desculpa. Sério. -fiz voz de molenga e me aconcheguei mais pra perto dele.

  Lucas ficou quieto por muito tempo, eu também.

- Te amo. -me beijou na testa- Posso ligar o ar?

- Já tá ligado.

- Tá no 24, posso por no 10?

- Vamos congelar!

- É a ideia, menina.

- Não. Pra que isso?

  Eu sabia pra quê. Eu não lembro exatamente em que lugar da Inglaterra os Bentler moram mas sei que é um dos pontos mais frios de lá, talvez ele não estivesse acostumado com o calor.

- A Califórnia é muito quente. Não gosto. -respondeu.

  Falei.

- Também acho. Eu gosto.

- Menina é chata. Mulher é irritante, o pior é que a gente tem que fazer a vontade delas! -ele disse como se estivesse falando sozinho.

  Peguei o controle e coloquei no 10. Estávamos com um cobertor, nos cobri com mais um endredom.

- Oxe. -ele disse.

- É minha vontade. -sorri quando ele me olhou.

- Sabia que...a gente sente frio?

- Por que falou que não?

- Foi o momento. Queria ver o quanto assustada você ficaria.

- Pensando que vocês eram anormais.

  Ele riu. Foi uma risada de homem. Não que ele dê risadas de menina mas essa foi mais séria.

- Demais! Eu chego a ficar com medo às vezes. -eu disse e de novo ele deu uma risadinha- É sério. -fiz voz mais séria.

- Eu, pelo menos eu não ofereço mal à ninguém.

- São só pessoas vivas?

~POV Lucas~

  Achei a pergunta idiota mas não fui grosso e respondi:

- Sim.

- Ah, Josh se não se controlar não oferece nenhum risco pra ninguém? Ele matou uma criança!

- QUEM?!

- O filho de Alli e Math. -confesso que nem eu queria lembrar disso.

- FILHO?!?!

- É, não lembra?

- Não.

- Então. E foi puro acidente.

- Como chamava?

- Nate. Eu acho. Que eu me lembre.

- Ah, sim.

- A última coisa que quero ter são filhos.

- Eu quero ter filhos! Por que não?

- Eu não. Responsabilidade e eu não vou ser uma boa mãe.
- Acha que não?

- Olha como meus pais me tratam, eu por costume ia tratar do mesmo jeito.

- Se eu tiver um filho vou fazer de tudo pra tratarem eles diferente de como os meus me tratam.

- É mesmo. Vocês não vivem com seus pais.

- Sim! -ele começou a quase gritar- Eles realmente acreditam que eu ofereço perigo à sociedade, se voltar pra eles, a certeza que tenho é que ainda me querer colocar no reformatório! Se campo de concentração ainda existisse, iam falar que sou judeu e...é.

- Que exagero na última parte.

- Exagero?!

- Sim. Aliás, eles sabem que você...?

- Não. Ofereço risco no sentido de que sou briguento. Pra eles.

- Não só pra eles, amor. -sério, foi um "amor" 15% irônico e o resto eu não sei. Queria que não tivesse saído. Queria que ele não tivesse escutado.

- Ficou com dó do soco que deu na bixa loira, né?!

- É. Bom...fez...um barulho, não...tem como não falar "wow, doeu em mim".

- Por tanto tempo fez barulho em você e ninguém ligou, ninguém ficou com dó porque você não contou pra ninguém. Por que ter dó de agora?

  Foi um porre pra mim. Me calei. Calei de tristeza e ele percebeu.

- Desculpa. -me abraçou puxando-me para tão perto que meu nariz amassou ao lado de seu corpo e fiquei sem ar. Dei uma mordida com gosto ali mesmo e ele me soltou.

- SOLTA, (SEUNOME). -ele não gritou mas disse com autoridade.

  Soltei.

- Lindo. -segurei a risada.

  Ele deu uma risadinha falsa e disse:

- Linda.

- A gente começa as treta no começo do namoro. Lindo isso.

- Já me viu? Sou mais.

  Ele soltou uma risada.

- Coitada.

- Ah, eu não gosto quando você faz isso. -tentei fazer uma voz que o fizesse sentir-se culpado.

- Aww, tadinha.

(...)

  Cheguei em casa com um minuto de antecedência e hoje não falaram nada! Entrei e Cody estava dando gargalhadas altas.

- O JUSTIN É MUITO OTÁRIO! "POR QUE TODO MUNDO ESTÁ PARECENDO COM A MINHA MÃE NO TWITTER?". -e começou a rir. Ele provavelmente estava o stalkeando.

Alguns riam com ele. Bati a porta da sala pela qual entrei.

- Cheguei! -falei alto. Com o barulho da porta eles já haviam olhado.

- LEGAL. -disse Alli.

- Ah, não! -disseram Cody e Math.

- Tô na minha casa. -disse referindo-me à Cody- É você? É fácil ignorar sua existência.

- Gente, brigou com o namoradinho? -Cody perguntou.

- Se ele é "namoradinho", -enfatizei- você foi muito menos que isso.

- Wow. -Todos disseram baixinho.

- Cody, já disse pra você não tentar enfrentar ela. -Josh riu.

- Não vou mais. -ele disse.

(...) Meus pais mais uma vez brigaram hoje mas ainda bem que meus amigos não estavam lá. Quem presenciou fomos eu, Math e Justin. Ficamos no sofá tentando ignorar assistindo televisão.

- Mamãe, papai, não pode brigar. -Justin foi até lá e encostou uma mãozinha em cada uma das pernas dele.

  Eles incrivelmente e passando MUITO dos limites o ignoraram mesmo quando ele chorou. Math gritou:

- CARALHO, PODEM PARAR DE GRITAR? PORRA!

  Eles pararam sem falar mais nada. Peguei o Justin.

- Eles vão se separar, (SeuApelido)? -ele perguntou. O que ele sabe sobre isso?

- Não. Todo casal briga, tá no papel. Eles não podem se separar.

  Math me olhou sério com uma cara de "isso não muda nada" e ainda bem que Justin não viu, estava no meu colo com a cabeça em meu peito.

  No outro dia, eu estava com a cabeça à mil por causa do que Justin havia dito, eu não tinha pensado nisso. Andando pelos corredores com a cabeça baixa na minha cabeça se passava "se já idolatram o dinheiro, imagine se se separam? A Quarta Guerra Mundial, pois a Terceira é entre mim e Cody, entre Brasil e Austrália. Topei com alguém. Como sempre o peito de alguém. Lucas.

- Bom dia. -ele disse.

- Não me beija! -lembrei quando foi quase.

- Ah, é. Que tortura. -disse e sorriu mas hoje nem seu sorriso me fez feliz.

  Olha, eu acho que não topo com ele, ele vê que tô com a cabeça na Lua e aparece na minha frente. Depois pergunto. Continuei andando e ele ao meu lado.

- Ow, sabe o que aconteceu ontem?

- O que? -passei a mão no cabelo.

  Ele foi falando mas eu não me importei. Não havia escutado. O pior: eu sei que ele é sozinho e não tem ninguém pra contar as coisas. Brecha. Mancada.

- (SeuApelido)?

- Ah, oi.

- Você nem ouviu.

- É...ouvi! Ouvi sim.

- O que eu disse.

- Sobre o que te aconteceu ontem.

- E depois disso?

- Eu sinto muito. Desculpa.

- Tudo bem. -vi que ele ficou triste.

- Não. -parei- Não tá tudo bem. Eu sei que... -fiz uma longa pausa, ele me olhava sério- eu deveria ter te escutado.

- Relaxa.

- Eu não consigo! Eu só...Desculpa, desculpa, desculpa mesmo, mil desculpas. -o abracei. Estávamos perto dos armários.

- Calma. Relaxa, já desculpei. Tudo bem.

- Se realmente tivesse tudo bem...desculpa. -pedi a última vez e o beijei.

- Você...me beijou. -ele lembrou.

- Eu me odeio. Droga. Quem tava vendo?

- Seus amigos e...muita gente.

- Ai. -dei mil beijos nele. Mil selinhos seguidos- Te amo. Desculpa.

- Eu vou deixar de te amar se pedir desculpas mais uma vez hoje! -deu risada. Ainda estávamos abraçados.

- Tá. O que aconteceu ontem? -sorri.

- Não importa. Tem algo errado com você.

   Eu ia dizer que importa e o por quê, mas o deixaria mal.

- Ontem e outros dias meus pais andam brigando, brigaram na frente do Justin... -dizia enquanto ele arqueou uma sobrancelha- Justin é o terceiro mais novo e...ele chorou me perguntando se eles iam se separar. -arqueou a outra- Eu não ligo mas...do jeito que tratam os filhos como objetos, vai ser pior se se separarem.

  "Me abraça e me diz que vai ficar tudo bem".

- Tudo vai ficar bem. Acredita em mim. -ele disse em meu ouvido me abraçando e depois terminou o abraço me dando um beijo na cabeça e também disse "Love you".

- Vai...lá com seus amigos porque eles estão olhando com cara feia.

  Fui e Cody e Math estavam...gays.

- E aí? -eu disse.

- Todo. mundo. viu. -disse Alli.

- Você parece que tem problema! Já pensou se cai na mídia que você tá com ele?! -disse Math.

- Eu sei. Foi sem querer, eu...esqueci. -expliquei mas ninguém acreditou.

- Se toca. Ele é... -disse meu irmão.

- Boa pessoa! Não é porque tem o sobrenome "Bentler" que é ruim! -Fiquei revoltada igual à ele.

- Só você que acha. -disse Cody.

  Virei pra ele e disse com todo gosto do mundo: 
  
- Sabe a vida? Cada um tem uma e cada um cuida da sua.

- POR UM MOMENTO VOCÊ FOI A MINHA E DESCULPA SE EU AINDA NÃO ME ACOSTUMEI! 

  Quis chorar. Que amorzinho de Cody Simpson é esse? Ele gritou, o corredor inteiro parou. Por menos de 1 segundo cheguei a acreditar naquelas palavras. Cheguei a acreditar que ele realmente se arrependera. 
  No meio de todo o silêncio...mano, o cara tem que ter desafiado a morte umas cinco vezes pra ter coragem de dizer isso:

- Ele tá mentindo. -disse Lucas e ainda se aproximou.

- Como se eu não soubesse. -menti. Menti um pouquinho.

  O silêncio continuava. 

- O que? Acha que eu ia pagar de viado gritando isso pra todo mundo ouvir?

- Realmente não. Mas da história toda você só quer sair como vítima. Como a pessoa boa que você não é. -disse Lucas. Eu fiz questão de continuar parada na frente do Cody e de Lucas que estava um pouco atrás de mim. 

- Como se você fosse. -Cody respondeu.

- Se for pra tentar me atingir, que não seja com violência ou mentiras. Tenta com a verdade.

  Cody calou a boca. Calou por um tempo.

- Você não conhece ela, né? -Lucas se referia à verdade.

- E você? Conhece?

- Eu não ia vir até aqui dizendo que tudo que você disse é mentira sabendo que eu posso levar um pau de você e seus amigos juntos se eu não conhecesse.

  Cody me olhou e eu senti que meu interior se encolhia.

- Você não consegue ficar com a boca fechada, não? -perguntou à mim.

- Esperava que eu aguentasse tudo sozinha?

- Não. Eu esperava que você não fizesse toda essa tempestade por causa disso.

- Ai como eu queria que você fosse de maior, Cody.

- Você jamais faria isso.

- Você que pensa. 

- Você. jamais. faria isso.

  Não respondi.

- Tempestade? -disse Lucas inconformado. Realmente não era tempestade nenhuma- Eu podia contar pra todo mundo e esperar que respondessem se é tempestade ou não.

- Eu mesmo posso fazer isso. -Cody deu uma ênfase na palavra "posso" que o arrepio me subiu pela espinha. Posso. Presente.

- Estão todos te ouvindo. -disse Lucas.

  Pela visão periférica conseguia ver todos exatamente apenas respirando. O olhar de Jake sobre Cody era algo letal. Math apertava as alças da mochila, Alli mordia as pontas das unhas, Ruby com a carinha dela só olhava, Sophie mexia no cabelo, Cambo, Josh e Joel olhavam. Não demonstravam emoções ou expressões, mas olhavam.
  Quando Cody moveu o lábio pra soltar a verdade lá de dentro...
  Eu não consegui, não pude evitar, foi extinto, foi reflexo, foi doideira, foi...

- Cala a boca. -coloquei as mãos em sua boca. Foi tão rápido que cheguei perto dele que nossos corpos colaram e ele agarrou minha cintura como "sinto falta disso" "preciso disso, preciso de você" "sinto falta...de nós".

- Eu não acredito! -disse Math.

- Nem eu. -Cambo concordou. 

- Você tá sempre estragando tudo! -disse Alli se referindo à mim.

- Concordo. -Lucas disse e quando virei a cabeça, ele havia virado e saía andando. 

- Eu te odeio. -disse ao Cody. Ele tirou minhas mãos de sua boca, olhou nos meus olhos e disse:

- Eu não acredito.

  Se eu fui atrás do Bentler? Com certeza. Deixei o Simpson? Sim, mas não queria. De uma forma irritante eu não queria, algo do meu corpo estava preso à ele é isso me dava raiva.

- Lucas... -ele havia ido pro campo e sentado sozinho na arquibancada enorme e vazia.

- Sai, sai, sai daqui. -ele colocou a mão na testa e abaixou a cabeça. Sentei ao seu lado com a mão em suas costas.

- O que? Você nunca foi grosso comigo.

- Sempre tem a primeira vez. -levantou o rosto e olhou no fundo dos meus olhos- E a última. 

- Do que você tá falando?

- Ele ia contar. Nunca mais vai ter coragem de novo.

- Eu tenho aproximadamente 12 milhões de fãs. Uns 8 não gostam do Cody e ele tem 6 milhões de fãs. Ele tá vivendo o sonho dele, vai acabar assim? Por culpa minha?!

- POR CULPA DELE!!! 

- Ele não merece isso! Ninguém merece.

- Eu posso estar errado quando te fiz enxergar que vocês eram apenas viciados um no outro. Pra mim isso não é vício, nem doença...você realmente gosta dele.

- Eu tô te dizendo agora que não gosto. Eu só acho que quem quer que seja ou o que tenha feito merece segunda chance. Não importa. Eu gosto de você. 

- Eu já não mais acredito. 

- Eu não vou ficar implorando pra você acreditar. Faz o que você quiser. Acreditar. Eu fui a única que falou com você -levantei- sem te julgar por um sobrenome. E pra você lembrar, tu também teve segunda chance. -fui embora. 

~POV Lucas~

  Eu me odeio. Quero morrer. Sou inútil. 

  É verdade. Ela me deu segunda chance e eu tô deixando ela ir embora. Cody bateu nela e eu tentei fazer sexo com ela enquanto não queria. Eu...

- (SeuApelido), espera. -segurei em seu braço. Ela olhou para minhas mãos a apertando de uma forma letal. Mortal- Desculpa. 

- Eu deveria? Iria ser sua terceira chance.

- Por favor. A última. 

- Quantas vezes já ouvi isso?

- Esquece. Não importa. Eu que tô dizendo.

- ...

- Eu não sei nem...Como me explicar. 

- Eu também não. Do nada eu...eu não podia deixar que ele contasse.

- Desculpa.

- Desculpa. 

~Seu POV~

  Ele me abraçou. Me beijou. Se desculpou. Fez promessas.

- Eu prometo que...onde quer que eu esteja eu viu estar do seu lado. Enquanto eu estiver vivo.

  Achei estranho ele dizer isso.

(...) Eu fui rapidinho pra minha casa antes de ir pra dele. Toquei a campainha e uma voz diferente da de Lucas mas não estranha respondeu:

- Entra.

  Entrei com o coração na mão. 

- Mike?

- Tudo bem?

- Não! -fui muito automático. 

- Imagino mesmo. 

- Cadê o...?

- Ele te deixou isso. -estendeu uma folha de papel- Eu deixei que ele escrevesse.

  Me aproximei devagar.

- Tá com medo de mim? -perguntou.

- Por que não teria? -peguei o papel. Quando ia ler...

- Eu avisei pra ele não ficar perto de você. 

- Como você descobriu? -meu coração acelerou de uma forma como NUNCA havia sentido antes. 

- Eu sei o que vocês faziam o dia todo. Chegou a me irritar. 

- Ele não fazia mal algum pra mim.

- Se fazia, não vai fazer mais.

- Mike, o que você..?

- Só te peço pra não entrar no quarto dele agora.

- Você tá...torturando ele?

- Não. Até que foi bem rápido. 

  "Foi bem rápido". Meu corpo todo tremeu e cada lágrima escorrida descia como uma chama de fogo ardente.

- Como...você pode matar...o seu próprio irmão?! -queria ter perguntado gritando mas não saiu. Não saiu...

- Ele me irritava de uma forma que... -interrompi:

- ELE ME DIZIA QUE VOCÊ ERA A PESSOA MAIS IMPORTANTE NO MUNDO PRA ELE!!!

- Eu sei. -ele continuava fumando numa tranquilidade fora do normal. Por um momento as lágrimas cessaram e eu reparei por rápidos segundos meu nome em seu braço. 

- Você vai tirar essa tatuagem.

- Jamais. 

- Eu não tô brincando. 

- Vai fazer o que? Que poder você tem? O que tem pra usar contra mim?

- Sobre a tatuagem não sei. Mas eu vou ligar pra polícia. 

- Liga. -me estendeu o celular- Quando ouvir o barulho exorbitante da sirene...ou, na moral, já viu alguém morrendo?

- Mike, você não teria coragem de se matar. -disse com todas as palavras. 

- Eu acabei com o meu irmão. Roubei minha própria mãe. Coloquei à baixo o batalhão da polícia militar do Rio de Janeiro. Do que eu não teria coragem?

  O olhei e ele simplesmente largou o celular na estante.

- Eu sempre te falei: fica com o Cody.

- Eu não aguento mais ele.

  Ouvir um suave "oh, why?" todo sentido com o sotaque britânico fez o pânico tomar conta de mim. Essa coisa na minha  frente não entra na classificação "humano". Não é possível. 

- Você sempre soube o que ele fez comigo.

- Você aguenta. Você é forte.

  "SHUT UP!!!" gritei com o sotaque caipira americano que ensinam nos cursos do Brasil.

- Calma. -ele se aproximou e puxou minha cabeça para seu peito e mais uma vez pude sentir o cheiro daquele perfume que pra uma pessoa de personalidade forte como ele era suave demais, pude ver suas tatuagens de perto. Durou pouco. Eu não queria encostar naquele ser nojento.

  Não consegui ir embora. Sentei-me no sofá e chorei. Chorei. Chorei. Ele permaneceu quieto observando. 

- Por que tá chorando tanto? Não vai falar que você...

- Gostava.

- Eu sinto muito.

- NÃO MENTE! Mike, eu...te odeio.

- Você diz isso pra todo mundo. Pra todas as pessoas que você mais ama.

  Ele sabia algo que nem eu mesma conhecia sobre mim.

- Por favor, me deixa ir embora. -pedi.

- Quer que eu te leve?

- Por favor.

  Não sei como consegui ir embora com ele. Corri pro meu quarto. A casa parecia vazia, tranquei a porta, peguei o bilhete em meu bolso e abri:

"(SeuApelido), desculpa. Eu sabia que não ia durar muito tempo mas cada momento do seu lado foram as melhores coisa que aconteceram na minha vida. Eu fui embora, não tente me procurar, foi pra sempre. E se quer saber? Eu ainda amo meu irmão. Amo. Amo mesmo do mesmo jeito que você ama o seu (refiro-me ao Math porque é perceptível a qualquer um o amor que sentem um pelo outro). Me perdoa se te magoei alguma vez, quando gritei, se te fiz lembrar de um passado que você não queria...eu gostaria de te lembrar que Cody, eu e todos seus amigos no fundo continuamos humanos, com sentimentos e não desejo nunca -ele sublinhou a palavra três vezes e as lágrimas escorriam dos meus olhos pelo rosto de uma forma incontrolável- isto pra você, agradeça, você é humana por completo, você não precisa de muito pra ser perfeita. Ah, é esta palavra é o que você é foi pra mim, -ele riscou a palavra bem fraquinho, parecia ter escrito às pressas- não deixe jamais alguém dizer à ti algo que você não é. Se fosse por mim eu diria "fica longe do meu irmão e se afasta do Cody" mas sabe qual o certo?  Exatamente ao contrário. Mike não é uma pessoa ruim. Repito: ele não é. (SeuApelido), eu quero pedir que você vai. Vai, vai mesmo em frente, só volta se for pra reparar e aprender com seus erros, eu acho que você deveria cantar, se cuida, segue a tua carreira. Na sua família? Não se preocupe, vai dar tudo certo. Quando tudo estiver prestes a terminar ou o mundo cair pra você lembre e leia isso mil vezes: você ergueu o meu e a esperança realmente foi a última que morreu. Permaneça forte. Nunca se esqueça que você é linda. Eu te amo. 
                                  Lucas."

  Eu chorava de uma maneira que não conseguia descrever. Só queria chorar. Deitei-me lentamente puxando o cobertor e agarrei os travasseiros. Fiquei ali por horas até ficar com raiva de mim mesma. Até não conseguir mais chorar. E agora? "Toc toc"

- Quem é? -tentei fazer uma voz normal.

- Ahn... (SeuNome), o senhor e a senhora (SeuSobrenome) estão te chamando.

- Pra que? -perguntei. Eu não fazia ideia de quem era a voz feminina que vinha de trás da porta.

- Pro jantar.

- Eu tô sem fome. Já comi. Eu tô fazendo um trabalho de escola, não cheguei nem na metade e preciso enviar até 23:00 horas. Obrigada.

  Ela provavelmente foi embora, respirei fundo e comecei a dar a louca. Eu não podia ficar sofrendo daquele jeito. Precisava de alguma coisa. Fui egoísta comigo mesma. Vasculhei os armários, em baixo da cama, nas gavetas, tudo! 

- Caralho, Cambo, eu te odeio! -lembrei-me de quando ele me fez devolver tudo. E a promessa? Tô pouco me fudendo pra ela. Eu não consigo ficar sem, eu não aguento.
  ARMÁRIO DO BANHEIRO! Procurei em cada cantinho e encontrei. Heroína? Não usei, a dependência rápida do psicológico disso é imensa e quando o efeito passar vou sentir uma depressão profunda. O melhor é ir pras que causam alucinações. Eu não acredito que estou fazendo isso de novo. Ri.

- Claro que acredito, hahah. 

  Êxtase. Tinha uns comprimidinhos coloridos e bonitinhos. Peguei dois. LSD cinco. Voltei pro quarto e procurei água. Havia uma garrafa no criado mudo. Coloquei tudo pra dentro.

~POV Joel~ 

  Estávamos todos exceto Math na casa de Cody e Alli quando uma cena horrível veio à minha mente. Ruby é quem percebe quando vejo algo, dei um pequeno tranco, como se alguém tivesse me assustado. Estava sentado e fechei os olhos. Ela colocou a mão nas minhas costas e sabia que nesse momento ela começou a ler meus pensamentos. Todos ainda riam.
 Era (SeuNome) usando drogas. Quebrando a promessa. Algo de ruim aconteceu e ela não aguentou. O pior de tudo foram as drogas que ela havia combinado. Êxtase até vai. LSD é uma das drogas mais potentes que existem, ela é uma menina e duvido que o corpo dela aguente. Alucinações fortes, você começa a "ver" os sons, "ouvir" as cores...é horrível, ocorre uma modificação de sentidos incrível. Ninguém aqui havia usado uma vez. Crise de pânico, claustrofobia, complicações psiquiatras.
  Enfim, na visão ela estará num lugar fechado, ingerindo as duas drogas, ficará tonta, não conseguirá ficar em pé sem cair num lugar plano, dará risadas altas, mexerá no celular desligado e conversará com ele como se fosse uma pessoa, em sua mente tudo vai girar, as cores mais fortes não sairão lá de dentro, ela tentará se levantar mais uma vez mas vai cair. Vai ficar no chão por 15 minutos e vai desmaiar.
  
- GENTE, A (SEUAPELIDO)! -Ruby gritou e eu abri os olhos. Olharam pra mim.

- O que? -Cody perguntou.

  Levantei.

- Ela tá em algum lugar, vai usar ou usou, não sei. Misturou êxtase com LSD. -disse.

- Joel, cala a boca. -disse Cody- Ela jamais faria isso.

- Você que pensa. -disse Josh e Jake juntos. Cody os observou de uma forma estranha.

- Eu não acredito. -disse Alli indo em direção da porta com o celular na mão. Todos fomos com ela- Math! Vai ver sua irmã agora! AONDE ELA TÁ? PEDE PROS SEGURANÇAS NÃO BARRAREM A GENTE DE NOVO! Tá, tá. Vai logo.

~POV Math~

  Estava jantando. O maior silêncio, meu celular tocou, eu atendi e sem a menor educação sai da mesa e fui até o quarto da minha irmã. A porta tava trancada.

- (SEUAPELIDO)?! ABRE A PORTA! -desliguei o celular na cara da Alli, deitei no chão e olhei por baixo da porta. A cama tampava metade da visão mas vi seus braços e seu rosto. Ela estava deitada no chão. Com olhos fechados. Levantei e Cody, Joel, Josh, Cambo, Alli, Ruby e Sophie estavam lá- Ela desmaiou. E AGORA? -passei a mão no rosto em desespero.

- Tá trancada? -Alli perguntou. Eu não conseguia ser grosso com ela.

- Tá. 

~POV Narradora~
  
  Joel estaca certo. O corpo dela é fraco demais para aguentar. Os amigos do lado de fora e (SeuNome) do lado de dentro. Desmaiada, inconsciente, os batimentos cardíacos caíram para quase 40 e ninguém sabia. Não havia como entrar.


  CONTINUA? Gente, sei que tá mesmo na hora de terminar a história e a pessoa que comentou disse pra não ficar chateada. Mas eu fiquei. Faz tempo que quero terminar e então agora comecei a acelerar as coisas. Falta só um pouquinho. Aguentam mais 50 capítulos?

Saturday, 5 April 2014 @ postado Saturday, April 05, 2014
7 Comments:
At 5 April 2014 at 16:48 , Anonymous Anonymous said...
eu aguento mais 100, 200 caps pq amo sua fic!! to chorando igual uma louca nesse exato momento!!! ele não pode morrer me diz queo mike só fez pra assustar ela!!!! n sei, n quero q ela fique com o cody nessa fic, sla, mas enfim... CONTINUA PELO AMOR DE DEUS -pqpalli 

At 5 April 2014 at 18:44 , Anonymous Anonymous said...
Claro que eu aguento, não quero que ela fique com o cody ele ta chato pra caralho hue enfim CONTINUAAA <3  

At 5 April 2014 at 21:19 , Anonymous Anonymous said...
Aguento todos os capitulos que ainda quiser escrever *-* acho que o Lucas não morreu e vai voltar pra ver ela , #CodyChaaaaato , continua agora :3 

At 6 April 2014 at 14:43 , Blogger Thay Fritzen said...
n termina por amore de Deus slpalspalsá eu chorei mt nesse cap cara, mt mesmo, tipo slá o lucas é uma pessoa boa para a (seu nome) e slá, o lucas parece mt com o meu namorado saopskakq mentira eh o garoto que eu gosto que ele eh mt fofo cmg então eiuheusaKP DESCULPA NÃO TER COMENTADO ANTES, EH PQ NO MEU CEL N DÁ PARA COMENTAR :( continua jovem u_u 

At 6 April 2014 at 17:52 , Anonymous Anonymous said...
essa pessoa q escreveu q merece terminar é q deveria morrer! sério, tá perfeito e se vc fizer mais 1000 capítulos eu nao vou enjoar... então,continua humanaa 

At 6 April 2014 at 17:58 , Anonymous Anonymous said...
Acho que quem disse que já ta na hora de acabar é idiota, pq quem é a autora é você, ninguém pode mandar aqui a nao ser você, opiniões são bem-vindas mas não quer dizer que você tem que aceitá-lás.
Toda vez que você fala que ta acabando eu sempre penso que em 20 capítulos tudo isso vai acabar,mas eu fiquei aliviada quando você perguntou se a gente aguentava mais 50 capítulos..É claro que a gente aguenta, já aguentamos 208 haha
Nada mal se o povo arrombasse a porta ou tivesse uma chave reserva.
Já ta na hora do cody voltar a ser o Cody, sabe ? Da pra ver na cara que os dois se amam.
Por favor, continue o mais rápido possívell, não posso esperar nem mais um minuto. 

At 6 April 2014 at 18:48 , Anonymous Anonymous said...
Acelera não , pode ir com calma :c se essa pessoa acha que já ta na hora de acabar ela não deveria estar lendo , continua logo jovem