Capítulo 239 - LETREIRO
{...} No dia do enterro de Sophie eu não conseguia nem chorar. Sabe aquele choque? Não sou só eu que não consigo acreditar...

~POV Alli~

  Difícil, né? Tenta imaginar que uma das suas melhores morreu. Cheguei junto com Math e como hoje não era dia pra frescura:

- Você tá bonito. -falei a verdade, estava, assim como todos, de preto. 

- Obrigado. Você também. -ele disse seco e me olhou de cima à baixo rapidamente. 

~Seu POV~

  Joel não consegue parar de chorar. Há pessoas tirando fotos lá fora. Se até meu irmão encontrou seu coração hoje, por que esses fotógrafos também não podem? Vi o pai de Sophie em prantos pedindo a filha de volta.
  De todos os amigos de Joel, eu cheguei primeiro, ele me viu e nos abraçamos.

- Vai ficar tudo bem. -eu disse.

- Eu não vou viver sem ela. Eu não vou viver sem ela... -ele repetia.

- Ela escolheu passar o fim da vida com você, Joel. Vocês ficaram juntos até a morte os separarem.

  Ele se calou, Cody se aproximou e nos abraçou. Os outros chegaram e então paramos.

- Ainda temos seis meninos. Começamos com seis meninas e agora só temos três. A Madison foi embora e as outras... -disse Cambo e Cody abaixou a cabeça e começou a passar os dedos no rosto.

- Tá querendo dizer o que? Que vamos morrer também? -perguntou Alli. 

- Não, mas só lembrando que há 4 meses quase perdemos outra. -Math me olhou. 

- Só lembrando que eu odeio que me culpem sendo que vocês fizeram a mes... -fiz uma pausa- Não é disso que devemos falar hoje.


  Velório, enterro... Não foi algo muito grande, em alguns momentos eu chorei mas Cody segurava de um lado minha mão e Math do outro. Nem eles nem Cambo, Jake ou Josh choraram.

 Quando estávamos voltando, voltei com meu irmão dirigindo, meu namorado, a irmã dele e eu atrás. No meio do caminho, na rádio estava tocando "How To Love" do Lil Wayne. Parece que tudo resolveu perder o brilho. Math é quem na maioria das vezes faz as piadas, mas Sophie também fazia.

- Muda. -disse Alli e ele mudou.

  Voltei para casa junto com Cody. Entramos no meu quarto, eu tirei os sapatos e a jaqueta e fiquei só com o vestido. Cody tirou a camisa e deitamos na cama. 
  Encostei a cabeça em seu braço e ficamos em silêncio com a luz apagada por um bom tempo, o sol estava se pondo e pela porta enorme da varanda entrava pouca luz e eu não conseguia pensar em nada.

- Eu acho que vou me entregar. -ele disse. 

- O que? Pra quem?

- Que eu mandei matarem a Nicole, faz tanto tempo, eu não consigo imaginar o que eu tinha na cabeça naquela época! 

- O-o que?! Quem matou a Nicole?

- Eu preciso pensar bem nisso... -interrompi:

- Cody! Vai lá falar pro Cambo agora, pra todo mundo que não foi você quem mesmo fez!

- Não. 

- Por que eu só me meto com encrenqueiro? -perguntei a mim mesma em baixo tom.

- É uma boa pergunta.

  Queria perguntar à ele se já foi ao médico. Não é normal alguém sentir tanta raiva como Cody sente! E além do mais, ele passa por cima de tudo pra ter o que quer! Primeiro, ele me queria e matou a menina que me controlava pra gostar do Mike e ainda já me bateu me obrigando a ficar com ele! Mas claro, se eu falar o que penso já viu...

- Eu to cansado. -e passou a mão no rosto.

- Por que? -o olhei. 

- Sei lá, da vida.

  Beijei ele nos lábios. 

- Não fala isso. Você só tem 17 anos, o que sabe sobre a vida? -perguntei.

- E você, meu bem? Tá na mesma.

- Não usa "meu bem" porque é a pior ironia do mundo e eu não to reclamando da vida, querido. Ah, e eu não tenho 17 ainda.

- Falta pouco tempo.

- Eu queria fazer algo MUITO legal. O ruim é que é no dia do meu irmão...

- Faz algo MUITO legal com ele.

- Sei lá. O que podemos fazer?

- Vai perguntar pra mim? Vou saber!

- Eeeeeta, como tá grosso!

- Desculpa, foi sem intenção. -ele riu e me abraçou.

- Só agora né.

- Cala a boca. -ele me largou.

- Que?!

- E me dá uns beijos, claro, não dá pra beijar falando. -ele me puxou- Prometo tentar parar de ser grosso.

  Sorri e lhe beijei de novo. Deitei em cima dele  e continuamos.

- Isso é errado. -voltei a deitar ao seu lado.

- É errado beijar o seu namorado? -ele perguntou.

- Não. É que eu não consigo parar de pensar na Sophie. 

- Eu também. Nem parece que aconteceu, né?

- É como se já tivesse acontecido há muito tempo. 

- Sim! Ela dormia demais e a gente já nem via ela. Eu gostava bastante da Soph. 

- Eu também e pra falar a verdade, não tinha coragem de ir vê-la. -disse e fiquei fazendo com o dedo o contorno de um dos quadradinhos de sua barriga.

- Pois é, como a gente ia saber se ela está dormindo?

- Coitada, você viu os pais dela?

- Deu dó, mas viu?! Por isso que a gente tem que não pensar demais nisso, temos que ajudar o Joel. 

- Ele tá o caco. 

- Então! Eu nem imagino o que faria se minha namorada morresse! 

- Aww, quando ele é fofo quando quer! -lhe dei um beijo.

- É sério, promete que não vamos ficar pensando nisso?

- Tá. Vou tentar. 

  Ele me puxou novamente para cima de si. No meio do beijo, Cody sentou, abriu meu sutiã, acariciou meus seios e tirou a minha blusa junto com a peça íntima. Coloquei as mãos em sua nuca, o puxando para um beijo mais feroz.
  Toquei seu peito e o fiz deitar novamente enquanto estava por cima. A porta bateu, viramos assustados. 

- Bonito!! -disse Math.

- QUE SUSTO! -Cody e eu dissemos- Pensei que estava com a Alli. -nos olhamos e rimos. Coloquei a blusa rapidamente.

- Ela foi acalmar o Joel. -meu irmão respondeu- Mas vocês estavam tão entretidos que nem me viram entrar de fininho.

- E como estávamos. -Cody me olhou safado. 

- NÃO ME OLHA ASSIM! -bati em sua perna quando já estava sentada na cama.

- Não mesmo. -Math apontou o dedo a ele fazendo voz de homem.

  No criado mudo meu celular vibrava, olhei e enxerguei "Mike". Esperava que nenhum deles olhassem, mas Cody pegou e começou a gritar. 

- O QUE?!

  Tentei ficar calma.

- Não, não é o Bentler. É um outro carinha que é o substituto do Leo.

- Ah tá. -disseram juntos e o celular parou de tocar.

  Claro que era o Bentler, mas eu não falei.

- Vocês vão pra escola amanhã? -perguntei mudando totalmente de assunto.

- Até parece, até eu fiquei triste. -disse Math. 

- Amanhã tem aquela prova lá de todas as matérias, eu vou. -disse Cody.

- E você estudou? -perguntou Math debochando.

- To estudando faz tempo. 

- Toma essa. -eu disse- Eu estudei também. 

- Me ferrei, eu não vou não. 

- Se eu fosse você eu ia nem que seja pra chutar tudo. -disse Cody.

- E alguma vez ele não chutou tudo? -debochei. 

  No outro dia tivemos as três primeiras aulas. A última antes do intervalo era de literatura, entrou um cara estranho.

- Bom dia, a professora de vocês teve que fazer uma viagem de última hora e eu serei o substituto por tempo indeterminado.

- Juro que se colocasse um uniforme confundiria com um aluno. -sussurrou Jake atrás de mim.

- Gato, né? -perguntei.

- Cala a boca! -ele riu.

- Tudo bem aí? -o professor nos olhou.

- Ah, não! -Math bateu na mesa devagar- Já começou a implicar com esse canto aqui.

- Como?

- Liga não, professor, ele é folgado mesmo. -disse Cody.

- É, falaram que é o pior aluno do segundo ano na sala dos professores. -disse o professor.

- Com orgulho. -meu irmão respondeu e eu bati a mão na testa.

- Não poderia ser um pouco igual à sua irmã? -o professor perguntou.

- Nossa, mais ainda?! -Math perguntou e muitos riram. Eu segurei. 

- E o que ele sabe sobre mim? Quem é esse cara que sabe da vida de todo mundo? -perguntei baixinho pro Josh que estava à minha frente.

- Muita coisa. -o professor me olhou.

- Entendi. -respondi só pra não ficar chato- E como é seu nome?

- Jason. 

- Ah. -respondi.

- E não se preocupem em me chamarem pelo sobrenome, só Jason está ótimo. -ele voltou à frente da sala.

  A aula correu bem fora as piadinhas do meu irmão que tiraram o professor do sério. Na hora do intervalo todos saíram e eu fui a última com meus amigos.

- (SeuNome), posso conversar com você? -o professor perguntou.

- É que meu namorado tá esperando lá e...

- É rapidinho. 

- Tá. -eu disse e sentei numa carteira. O professor estava sentado na mesa dele. Ele levantou e fechou a porta, voltou e se sentou.

- Bom, eu só falei aquilo de você na aula pra acabar com a graça do seu irmão, mas na verdade suas notas em literatura não estão boas. 

- Desculpa, sim, eu sei, é que...aconteceram umas coisas e eu vou começar a estudar mais.

- Eu sei, sua amiga acabou de morrer e você foi pra reabilitação nas férias, não é?

- Eu não queria falar disso, mas fui e por isso não pude estudar.

- Entendi, não se preocupe.

- É...só isso? Eu não quero perder o intervalo e acredito que o senhor também não. 

- "Você", por favor e eu não me importaria. 

- ...

- ...

- Posso ir? -perguntei.

- Pode. -ele sorriu.

  Sai e fui andado pelos corredores vazios porque todo mundo já estava lá em baixo. 
  Lucas saiu do banheiro e eu tomei um susto.

- Ai, menino! -coloquei a mão no peito- Que cara é essa?

- É a cara de quem não quer voltar pra Londres. 

- O que?! Mas você não pode voltar, os seus pais vão...

- E você acha que com o meu irmão solto ele vai fazer o que comigo? No mínimo me matar um pouco.

- Ele não vai! Eu falo com ele. 

- Tá louca? Ainda fala com tranquilidade, não vai falar com ele não! 

- Eu já falei e ontem ele me ligou mas eu não atendi.

- Para de falar com ele! -ele gritou.

- Shhh! -olhei pros lados- Ele fez umas ameaças mas eu nem liguei. -fechei os olhos- Olha, vamos manter a calma, me explica uma coisa... -abri os olhos.

- Fala.

- Com quem você tá andando, aonde...você tá morando e quem é que tá pagando a sua mensalidade aqui?

- Sozinho como sempre, não queira saber e...É uma longa história. 

- Que eu vou querer saber!

- Não vou contar.

- Você nunca foi assim! Fala direito comigo.

- Desculpa, é que...eu não sei, não sei. Não durmo faz dias, só to cansado. Eu vou no banheiro.

- Você acabou de sair de lá. 

- É que a prova vai começar e eu vou...vou lavar o rosto. Tá, tá bom, eu não vou falar disso com você, tu acabou de sair da reabilitação. 

- Que? Você continua se drogando?!

- Quer que eu faça o que? Confesso que não sou homem suficiente pra aguentar tudo que tá acontecendo.

  Fiquei parada feito idiota na frente dele.

- É-é, desculpa, eu não posso ficar aqui, não posso ficar com você. -sai correndo.

  Ai, meu Deus! Eu não posso lembrar, não posso, não posso. Calma, (SeuNome), respira, respira mais. Ufa! Eu to respirando rápido demais. Prendi o cabelo, ai, tá me dando calor. Corri mais um pouco e...

- Ai! Eu odeio quando topo com algum de vocês e quase quebro o nariz, oi, amor, oi, irmãozinho, oi, Alli, oi, todo mundo, como foi o intervalo? Desculpa, ficamos conversando um pouquinho, nem demorou, tava lá com o professor, ele me chamou, vocês ouviram, né? Vocês não estão com calor não? Eu to perdendo o ar. -disse absurdamente rápido. 

- Calma! -disse Ruby. 

- Também, falando rápido desse jeito qualquer um perde o ar. -disse Cody. 

- Não, não é por isso, ai, me ajudem. -falei.


- O que foi?! -perguntou Math.

- Eu não sei, ele lá falou e o outro também da reabilitação, aí eu vi o menino, aquele irmão do Mike e gente,... -continuava falando rápido até Ruby interromper:

- Ela tá com vontade de usar cocaína. 

- Isso! -eu disse e comecei a chorar.

- Não! Não, não, fica tranquila. -disse Alli me abraçando. 

- Por favor, não me deixem fazer isso. Eu to com muita vontade, veio do nada, eu to desesperada e com medo. 

  Não sei porque falei isso, mas falei a verdade, disse rápido e o que estava sentindo.

- Calma, vamos fazer a prova e a gente volta pra casa, a gente vai fazer alguma coisa. -disse Josh.


- Você tem que ocupar sua mente, o médico disse que seria normal você sentir vontade, vai dar tudo certo. -disse Math. 

  Fiz a prova, as vezes fiquei com vontade de chorar. Abby sentou do meu lado, Lucas na frente e Joel (que havia chegado) atrás. Do meu outro lado sentou Blair. Tentei me concentrar.

- De quem é esse celular? Venha desligar, por favor. -a inspetora disse levantando um celular que por acaso era o meu. 

  Isso, levanta pra todo mundo ver que o Mike está me ligando! Virei a prova, levantei e fui até lá. 
  Quando voltava acompanhei o olhar de Lucas sobre os meus olhos.

~POV Math~

  Terminei a prova em duas horas e fui entregar, minha irmã levantou no mesmo momento.

- Vocês têm certeza? O tempo máximo são quatro horas. -disse a inspetora para quem entregamos a prova.


- Tenho. -respondi e minha irmã não falou nada. Ela foi saindo e peguei a minha mochila e a dela.

- Eu preciso ir no banheiro. -ela disse segurando o choro. Qualquer um que visse não repararia, mas eu reparei.

- Não! -a puxei pelo braço. 

- Eu...não vou fazer nada de errado. Volto em 3 minutos. 

- Vou contar.

- Prometo. -ela disse baixinho e entrou no banheiro feminino.

~Seu POV~

  Liguei para Mike.

- O que você quer? Por favor, para de me ligar. -eu disse.

- Calma. Tá chorando por que?

- Por nada! Só porque minha amiga acabou de morrer, seu irmão tá péssimo e eu acabei de ir muito mal numa das provas mais importantes do ano!

- Fica longe do meu irmão. 

- Ele disse a mesma coisa de você.

- Tá bom, depois eu resolvo isso com ele. Eu preciso te ver.

- Ah, tá brincando! -ri irônica mesmo em meio à lágrimas. 

- Não, eu não to mais brincando.

- Só espera...

- Não. Hoje à noite. 

- De noite? Não. 

- De dia não dá! 

- Não grita comigo.

- Desculpa. 

- Hoje não, por favor.

- Tá bom. Vou desligar, tá? E lembra...

- Eu não vou contar pra ninguém. 

  Ele desligou, sai do banheiro e voltei pra casa com meu irmão. Fiquei com os pensamentos confusos o dia inteiro. Umas 16 horas resolvi sair por aí e andar por lugares mais calmos e tranquilos. Fui até o letreiro de Hollywood e vi uma menina sentada de costas. Me aproximei devagar falando:

- Se você continuar aí pode cair, vem mais pra trás. 

- E se a minha ideia for cair? -ela virou.

- Abby, o que você tá fazendo aqui?! -perguntei e ela se levantou virando para mim.

- Pensando.

- Em que?

- Em tudo, até mesmo em você. 

- Em mim? O que eu fiz?

- Só destruiu a minha vida. Poxa, você nem deve ter reparado.

- Eu?! Fala sério, vai falar que é por causa do Cody?!

- Também. 

- Quando eu cheguei vocês nem estavam juntos, faz dois anos!

- Nem pra perguntar se eu ainda gostava dele.

- Eu nem te conhecia! Eu não tenho culpa!

- Tem culpa de tudo sim e coisa que você fez que nem sabe.


- Eu não sei do que você tá falando. E você vai se matar por isso? Eu não acreditei quando Cody falou.

- Não! -ela deu um passo pra trás- Não toca nesse nome. 

- Abby, para. Se você cair vão me culpar e eu não aguento mais problemas na minha vida. 

- Vai embora. -ela deu de ombros.

- Não, você não manda em mim.

- Até quando vamos continuar essa guerrinha idiota? E tadinha de você, tantos problemas... -ela lá debochou.

- É sério. 

- Tá bom. 

  Ficamos em silêncio por um tempo olhando para os lados.

- O que você quer? -perguntei.

- Que você pare de ser idiota.

- O que?!

- Que você pare de ser idiota.

- Não, Abby! Não to falando disso, como assim?!

- Já parou pra pensar que você pode estar sonhando? -ela observou minha feição, era como se eu tivesse dito sim- Que Cody nem nenhum dos seus amiguinhos existem? Já pensou que legal? Vai ver você há muito tempo tá com a mesma doença que a sua amiguinha tinha antes de morrer. Que sonho longo.

- Cala a boca. 

  Mas ela continuou falando:

- Antes de qualquer coisa, quero que saiba que nem o seu irmãozinho tá do seu lado, aquele que você já ficou, o que tem a cara igualzinha a sua.

- Como você sabe disso? -perguntei e minha raiva começou a...

- Eu sei muito mais do que tem lá na wikipedia e o que aqueles seus fãs nojentos sabem. Fala sério, como alguém pode ser seu fã? 

- Pelo menos eu não to na fossa.

- Eu não ia me jogar daqui.

- Sei.

- Mas eu tenho motivos.

- Você é quem quer acabar com a minha vida.

- Roubei tudo de você, né? Tadinha, mas você pegou de volta!

- O que?!

- Por que você é tão otária? Você sabe que Cody não gosta de você, te traiu TANTAS vezes...a maioria? Comigo. -ela abriu aquele sorrisinho. 

- E você se orgulha se dizer isso? Que foi a vadia? 

- Sim e ah, eu? Pelo menos eu não tive namorado criminoso, cada coisa que você arruma, né? E ainda pegou o irmão dele depois! Coitada. Aliás, o Lucas não é tão bom assim.

- Eu fiquei com ele ontem e...eca. 

- Depois sou eu que pego tudo de você, né? Por que você ficou com ele?

- Dó, pena talvez.

- Não fala assim dele. 

- Olha, toma cuidado, se o Cody souber que você ainda gosta dele...

- Eu não disse isso! E eu não gosto do Lucas, nunca gostei.

- Tadinho, já pensou se ele, um menino tão sensível ouvir isso?

- Ele já sabe, chega de ameaças. 
- Não te ameaçando não, queridinha. Você é quem está se entregando.

- Eu só perguntei porque você ficou com ele!

- Quer saber? Eu queria mesmo cair daqui, e tudo por culpa sua! 
- Eu não to nem aí! 

- Saiba que do mesmo jeito as pessoas não estão aí pra você. Reconhece isso? -ela puxou um potinho do bolso.

- Vai me atingir com isso? Tenta. -disse mas por dentro meu coração acelerava mais como nunca.

- Reparou como Lucas está? Não percebeu que seu amigo Josh ainda faz isso? Até mesmo Alli, Cody, aquele outro que te ama e que tem cara de idiota, Cambo, até mesmo seu irmão, todo mundo vai fazer o mesmo que você fez com eles.

- Eu não ligo, e você também está se drogando agora? Parabéns.

- É, até que é legal. Você não sente falta?

- Não. 

- Não confiei nesse "não" seco.

- Eu não preciso da sua confiança mesmo. Espero que você morra de overdose também. 

- Pois é, né? Eu torci tanto pra acontecer isso com você mas não rolou dessa vez. Acredite, com todos à sua volta usando, nem que seja pouco, você vai voltar e talvez eu torça mais forte dessa vez e aconteça.

- Eu não vou não, fica tranquila e poupe-se de torcer.

- Quem sabe?

- Eu vou embora. -revirei os olhos.

- Vai lá, linda. Toma cuidado porque é meio estreito aí e do jeito que você é pode cair.

- Cair? Só se for você como planejava fazer desde quando eu cheguei aqui.

- Mas você se preocupou.

- Você tava de costas, eu não vi que era você. Eu não me importo. -disse olhando as horas no meu celular.

- Tá bom. -ela sorriu.

  Ai, que ódio que eu tenho desse sorriso, desci aquelas rochas em que tinham terra. Ai, que raiva que tenho dessa menina. 
  Dei um grito quando escorreguei, meu celular voou longe e meu pé ficou preso no meio de duas pedras.


- Ah, não. Não! Não! E agora? Abby, não, não posso chamar ela.

  Não precisei na verdade, acho que ela ouviu meu grito e se aproximou lentamente e com cuidado pelo mesmo caminho que eu fiz.

- Eu avisei. -ela disse sorrindo e cruzando os braços. 

- Cala a boca e me ajuda! Vai ficar de braços cruzados?

- Vou. -ela riu.

- Meu celular. Pega, por favor, só isso, eu não alcanço. 

- Observe eu ligar. -ela sentou em uma pedra à minha frente, puxou um cigarro e começou a fumar.

- Desde quando você fuma?

  Ela me ignorou. Eu estava com o pé preso e também sentada em uma pedra, tentei puxar meu pé até doer mas ele não saiu. Abby e eu discutíamos, eu pedia ajuda e ela recusava, começou a escurecer.

- Acho que eu vou embora. -ela disse tirando o quinto cigarro da boca.

- NÃO! POR FAVOR, DESCULPA POR TUDO QUE EU DISSE, ME TIRA DAQUI, MEU TORNOZELO JÁ ESTÁ DOENDO!

- Bom pra você. -ela jogou o cigarro no chão onde havia terra e grama- Até mais.

- Abby! -gritei antes de a ver sumir.

  Fiquei pensando o que vou fazer com ela depois que sair daqui, um tapa na cara bem dado, isso que ela merece.

- Não, não, não, não, não!! -gritei.

  O cigarro aceso que ela havia jogado na grama começou a pegar fogo e se alastrar rapidamente. Vi meu celular ser consumido e eu tirei a jaqueta de tanto calor.

- ABBY KEEP, EU ODEIO VOCÊ! -gritei mais de raiva do que de desespero e fiquei ali sem ter o que fazer, ninguém ia me ouvir gritando, a fumaça começou a entrar ferozmente pelas minhas narinas e o calor era grande.

  A noite é fria, escura e silenciosa. Exceto pelo fogo que faz ficar quente, clara e suas chamas gritam enquanto vão correndo cada vez mais rápido...

CONTINUA? GENTE, EU DEMOREI PRA POSTAR PORQUE ESTAVA MEIO DESANIMADA, ACHO QUE É PORQUE QUASE NINGUÉM MAIS LÊ HISTÓRIAS EM BLOG E NÃO TEM QUASE MAIS QUE 2 COMENTÁRIOS, EU QUERIA RESUMIR TUDO E ACABAR LOGO MAS ACHO QUE SERIA MUITO FILHA DA MÃE DE FIZESSE ISSO. CONTINUA? ESTÃO GOSTANDO? O QUE ACHAM? 
Saturday 9 August 2014 @ postado Saturday, August 09, 2014
3 Comments:
At 9 August 2014 at 21:41 , Anonymous Anonymous said...
Bom que sabe rs to agoniada se caso era sua intenção conseguiu, continua :} 

At 9 August 2014 at 23:11 , Anonymous Anonymous said...
Olhe, eu tbm tô triste pq mtas histórias pararam, mas pelas q ainda lêem, por favor, não resuma, eu vou continuar lendo, esta mto bom! Continuaaaaaaa 

At 11 August 2014 at 00:53 , Blogger Unknown said...
Não para May. Continua só pelo prazer de escrever. E se você resumir eu te bato menina kkk. Continuaa